Eles sequestraram Vanessa, acharam que ela era dona da Camionhonete, estava bem vestida e estacionava o carro na Pracinha, com as chaves mão
Além do sequestro da cabeleireira e do pedreiro em Piúma-ES, não menos que 50 pessoas ligaram para a professora Ângela Marcon, proprietária da S10 pedindo resgate. Ela desesperada, chegou a pagar um, em torno de R$1.000,00.
Uma tarde de horror passaram a professora Ângela Marcon de Iconha-ES, a cabeleireira Vanessa Pereira, 41 anos e um pedreiro, residente na Aparecidinha. Dois criminosos armados renderam duas irmãs em Iconha, no Sul do estado, roubaram uma Caminhonete S-10 branca e obrigaram uma das vítimas, a cabeleireira, a entrar no veículo roubado. A irmã de Vanessa ao ser abordada no assalto desmaiou. Eles desistiram dela. A cabeleireira foi obrigada a entregar as chaves da caminhonete, carteira e o celular aos bandidos e sem alternativa teve de seguir com a dupla até o veículo.
Os assaltantes seguiram pela BR 101 entrando para Piúma-ES com a arma apontada para a cabeça de Vanessa, gritando que iam matá-la o tempo todo. E ela dizia não ser dona do carro. Eles pareciam estarem drogados, muito nervosos e fugindo.
Tão logo entraram na Caminhonete averiguarem o documento e perceberam que o carro não era da cabeleireira que estava apenas estacionando o veículo, em frente a Praça de Iconha.
De acordo com a professora Ângela Marcon, proprietária da Caminhonete, a companheira estava com a irmã arrumando um bazar solidário, embaixo do prédio onde reside, quando os bandidos a viram. Toda arrumada e no salto, acharam que era vítima perfeita. Na camionete durante a fuga eles gritaram que tinha dado errado e resolveram abandonar o carro, no bairro Aparecidinha, em Piúma.
Já estavam sendo monitorados e a polícia já tinha imagens deles, atravessando a Rodovia Jorge Feres a pé.
Momentos depois eles renderam um pedreiro que estava em um Gol e o obrigaram a seguir com eles, queriam fugir para a Rodoviária mais próxima. O pedreiro disse que não tinha condições de dirigir, eles então o mandaram descer do carro junto com a cabeleireira no trevo de Meaípe.
Tarde de horror
No momento do assalto, Ângela viu quando os bandidos saíram com Vanessa no carro, desesperada ela gritava ligando para o 190, ligou também para a policial civil de Piúma, Mara Batista que imediatamente acionou toda a PM da 10ª e um cerco foi montado.
Os bandidos que, tudo indica terem sidos beneficiados com a saidinha do dia dos pais, pelas características apontadas e as conversas no carro, não tiveram outra alternativa que roubar outro veículo e abandonar a camioneta em frente a Igrejinha na Aparecidinha.
Ângela disse que os bandidos não estavam conseguindo dirigir a S-10, que é automática, e por isso decidiram deixa-la para trás e pegar outro carro.
A Polícia Militar informou que moradores chegaram a ver dois homens e uma mulher saírem da caminhonete e seguirem em direção à rodovia Jorge Feres.
Uma prima do pedreiro relatou que os bandidos queriam que o motorista do Gol os levasse até a Rodoviária de Guarapari. “Só que meu primo estava muito nervoso, cansado, e eles decidiram liberá-lo. Disseram que queriam fugir”, relatou. O pai da vítima o buscou.
Quanto à cabelereira, ela foi resgatada pela Polícia Militar e levada até a Delegacia Regional de Itapemirim para prestar depoimento. Até o fechamento da edição o Gol e os bandidos não haviam sido encontrados.
A ação mobilizou policiais de Iconha, Itapemirim, Piúma, Anchieta e Guarapari-ES.
Resgate
Bandidos em toda parte. Ângela desesperada pelo sequestro de Vanessa acabou caindo em mais um golpe, dos oportunistas de plantão. Ela contou que não menos que 50 pessoas ligaram para ela pedindo resgate da camionete. Na primeira ligação ela disse que não tinha dinheiro, mas pela insistência acabou transferindo uma quantia de R$1.000.00.
As ligações vinham de toda a parte, até pessoas falando outros idiomas. Um número ficou registrado com DDD 27.
“Eu estou péssima, foi uma tarde de horror. Estou arrasada. Umas 50 a 60 pessoas ligaram o tempo todo pedindo resgate para devolver a camionete. Teve um que disse que o filho já havia entrado em contato, eu depositei R$1.000.00. Estou apavorada. Agora que Vanessa chegou que a ficha caiu. Eu gritava na Praça ligando para o 190. A primeira coisa que fiz foi ir para os pés de Nossa Senhora Aparecida e pedir para não acontecer nada com Vanessa. Um assalto com refém é desesperador, você não sabe que o que eles são capazes de fazer. Quem é que vai adivinhar o que eles iam fazer?”, relatou Ângela Marcon.
Para Ângela, este sábado foi de livramento e ela agradece a Deus e Nossa Senhora Aparecida por tudo ter acabado bem, sem vítimas.
“Hoje foi um livramento, Deus é muito bom na minha vida. Foi um livramento. Por eles não terem feito nada com ela. Eu vi que a união de todos faz realmente o bem. A gente fica tão desesperado que a gente não sabe como agir. Não era só a Caminhonete, o carro a gente compra outro, mas a vida, é uma só”.
O bazar
Vanessa estava produzida, provava roupas que ia comercializar no bazar embaixo do prédio onde reside. A ideia é com o dinheiro arrecadado comprar ração e remédios para animais de rua.
PM no rastro
O trabalho da Polícia Militar foi espetacular no cerco montado, já sabem quem são os criminosos e devem efetuar a prisão nas próximas horas. Tem o rastro deles, fotos e vídeos. O desespero dos criminosos e as falas desconexas dentro do veículo indicavam que estavam de saidinha do dia dos pais.
Sem BO e sem carro
Vanessa foi para a Delegacia de Itapemirim, já que, no fim de semana é para lá que seguem os Boletins de Ocorrência na região. Porém, não conseguiu resolver nada e ficou para segunda-feira.
A Caminhonete foi guinchada para o pátio em Guarapari e a proprietária ainda terá de pagar o guincho e as diárias do pátio. O Gol placa MQH3610 ainda não foi localizado. As vitimas estão em casa, sãs e salvas.
Agradecimento
A rede de amigos que viralizou nos grupos a informação do assalto da Camioneta e do Gol. Aos amigos e parentes que fizeram uma corrente do bem e a PM que partiu pra cima.