O diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Rafael Vitale, assegurou na segunda-feira, 13, à senadora Rose de Freitas (MDB-ES), em audiência, que a agência irá analisar a possibilidade do plano de negócios da empresa concessionária da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a VLI, incluir a construção de variante da ferrovia na Serra do Tigre, em Minas Gerais.
“Vamos examinar o equilíbrio entre o plano de negócios da concessionária e as necessidades do desenvolvimento regional”, declarou Vitale. A variante na Serra do Tigre, reivindicação dos governos do Espírito Santo e Minas Gerais defendida incansavelmente junto ao governo federal por Rose de Freitas, permitirá ampliação expressiva de cargas para os portos capixabas.
“A VLI tem de levar em consideração o desenvolvimento do Brasil e não apenas e exclusivamente seus próprios interesses”, assinalou a senadora capixaba na audiência, que considerou bastante produtiva.
Estudo encomendado pela FINDES (Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo) e apresentado ao diretor-geral da ANTT demonstra que a construção da variante na Serra do Tigre, com 395 quilômetros entre os municípios mineiros de Patrocínio e Sete Lagoas, permitirá aumentar substancialmente as cargas para o sistema portuário do Espírito Santo.
Diz o estudo que a demanda por cargas nos portos capixabas pela FCA, atualmente de 5 milhões de toneladas/ano no porto de Vitória, passaria a 16,8 milhões de toneladas até 2025 e a 22,5 milhões em 2035.
Tal ampliação seria possível, segundo o estudo da FINDES, pela redução de rampas, diminuição das curvas e aumento do raio de ação do trecho. A variante possibilitaria o aumento da velocidade média, hoje de 16 km/h, para 60 km/h. O traçado atual da FCA na Serra do Tigre, bastante íngreme, faz com que as cargas transportadas pela FCA sigam direto para o Porto de Santos, praticamente ignorando o sistema portuário do Espírito Santo.
A senadora Rose de Freitas propõe insistentemente que a renovação da concessão por 30 anos da VLI, que vence em 2026, inclua a construção da variante na Serra do Tigre, considerada economicamente viável no estudo da FINDES.