Após a ingestão do comprimido, o adolescente acordou pela manhã com fortes dores na região íntima e sem algumas peças de roupa
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), concluiu o Inquérito Policial (IP), que apurou o estupro de vulnerável praticado por um treinador de futebol, no último sábado (18), contra um adolescente de 14 anos, em Vila Velha-ES.
De acordo as investigações, o treinador de 47 anos é dono de um clube de futebol não autorizado e recebia adolescentes vindos de outros estados para treinar. A vítima, que é da Bahia, veio com mais dois amigos ao Espírito Santo para tentar uma carreira de jogador.
A vítima relatou para a polícia que recebeu um convite do treinador para tomar açaí em sua residência, no último sábado (18). Ao chegar no local, o homem ofereceu ao garoto uma massagem e um relaxante muscular. Após a ingestão do comprimido, o adolescente acordou no domingo (19) pela manhã com fortes dores na região íntima e sem algumas peças de roupa.
O adolescente contou ainda que foi levado pelo homem de volta ao alojamento e teria recebido ameaças caso contasse o que tinha acontecido para terceiros. Os amigos da vítima perceberam que o garoto estava tonto e com dificuldades para comer e se locomover.
Depois de relatar aos amigos que sentia dores, os jovens procuraram a Polícia Militar. O caso foi encaminhado para o Conselho Tutelar e para a Polícia Civil. O adolescente realizou exames de corpo de delito e toxicológico.
Em depoimento para a polícia, o treinador negou que tenha cometido o crime e que o jovem teria inventado a história.
“Ele alegou que não praticou esses atos, mas nós constatamos que houve sim a prática desse delito. Ele falou que o adolescente teria feito isso para voltar para casa em Itabuna, na Bahia.” disse o delegado responsável pelo caso.
Em relação ao comprimido tomado pelo adolescente, o indiciado disse não ter oferecido nenhum tipo de medicamento ao aluno, e que após relatar que estava sentindo dor de cabeça, o garoto teria se confundido ao procurar por um remédio e acabou ingerindo uma medicação controlada por engano.
O homem já é investigado pelo crime de estupro de vulnerável. O caso, com as mesmas características do crime atual, ocorreu com um adolescente do estado de Goiás, em 2019. De acordo com o delegado, o treinador vai responder o processo em liberdade.
“Ele não foi preso porque as vítimas estão seguras, estão no abrigo. Não constatamos requisitos legais em relação ao pedido de prisão desse indivíduo, que deverá responder em liberdade por enquanto.”
A Polícia Civil aguarda o laudo do exame toxicológico que informará qual substância foi dada ao garoto. O delegado pediu ainda que os pais de adolescentes tenham atenção e sempre busquem informações a respeito dos times, que devem ser registrados na federação de futebol.