LGBTQIAPN+ é uma sigla que não para de crescer. Ela representa todo o grupo de pessoas que não se reconhece com a heterossexualidade, que é a sexualidade padrão, ou não se reconhece parcial ou completamente com o gênero que disseram que a pessoa tem desde quando ela nasceu.
L de Lésbicas, mulher que gosta só de mulher. G de Gay, tipo eu, homem que gosta só de homem e nada mais. B de Bissexuais, homem que gosta de mulheres e de homens e mulheres que gostam de mulheres e de homens.
Vale ressaltar que o L vem antes de tudo para a gente lembrar que as mulheres são protagonistas do movimento. Agora a gente deixa de falar de sexualidade e afetividade e começamos a falar de gênero, porque vem a letra T de Trans e Travestis, pessoas que diferente de quem é cis gênero, não se reconhecem com o gênero que o médico falou lá quando ela nasceu, quem não se reconhece com seu sexo biológico, aquele que divide as espécies entre macho e fêmea sem levar em consideração uma série de fatores que formam o que é um homem e o que é uma mulher. Essas pessoas são homens e mulheres trans. Quanto as travestis, algumas se consideram mulheres e entendem que travesti e mulher trans é a mesma coisa, mas outras se entendem antes de tudo como travestis, algumas pessoas vão entender também a travesti como um terceiro gênero, um gênero que vai além do binário, do homem e mulher. O importante é a consciência de que a pessoa ser trans ou travesti não tem nada a ver com qualquer cirurgia, e sobre tudo que é “a travesti”, travesti é sempre “ela”.
Aqui a gente encerra a sigla mais famosa; LGBT. Se você ainda fica confuso com o restante da sigla saiba que utilizar apenas LGBT já demonstra que você se importa com nossa comunidade. Diferente de quem fica insistindo em errar de propósito para mostrar para a gente que a sigla é grande demais, ou quem ainda chama de GLS, de gay, lésbicas e simpatizante, o que hoje é considerado muito errado, pois o conceito de simpatizante é claramente preconceituoso. Mas depois daqui a sigla continua e o babado fica mais forte, vamos lá.
Depois vem o Q de Queer, uma palavra inglesa que há 100 anos atrás era utilizada como xingamento para gays, como as palavras pejorativas como “viado”, “boiola” ou “bicha”. Mas após os anos 80 foi ressignificada e adotada pela comunidade gay da época. Sendo hoje um termo que abrange tudo aquilo que foge das regras que dizem que todo mundo é hétero, que todo mundo é cis gênero, ou que homem veste isso e mulher aquilo.
Também temos a letra I na sigla, de Intersexo pessoas que nascem com características entre o sexo masculino e feminino, seja por questões biológicas, o que antes a gente chamava erradamente de hermafroditas, ou seja por aparência, ou por genética. Existem mais de 40 tipos de intersexualidade.
O A que vêm depois é de Assexuais, pessoas que não sentem desejo sexual ou atração sexual por ninguém. Isso não significa que serão solteiros para sempre, tem assexual que namora e se apaixona, mais nada de sexo. E outros que nem isso, são chamados a-românticos.
O fato é que as pessoas são como elas são. Para acabar a explicação sobre a versão mais atual da sigla, a gente tem P e N. P de Pansexuais, pessoas que sentem atração romântica ou sexual por outras, sem focar no sexo ou gênero. É diferente de um bissexual que fica com homem ou mulher. O Pan se atrai por vários sexos e identidades de gênero. Ele está aí na pista porque ele se interessa por pessoas! E isso não quer dizer que ele vai ficar com qualquer um. E a letra N é de Não-binárias, pessoas que não são, ou não são apenas, ou o tempo todo, homem ou mulher. Pessoas que não se reconhecem nem com o gênero masculino e nem o feminino. O que demonstra a complexidade do ser humano.
Logo podemos concluir que se tentarmos colocar todas as pessoas do mundo só em duas caixinhas uma galera vai ficar fora. Então por último a gente coloca o + , porque além dessas sexualidades e gêneros ainda tem muitas outras orientações e identidades, e se a gente for colocar tudo, a sigla que já é grande vai ficar ainda maior. Mas está tudo bem também, porque a ideia é que a cada ano que passa a gente descubra mais possibilidade de ser e existir. Que mais pessoas se sintam representadas e se sintam dentro dessa comunidade. Não tem nada melhor do que a gente se entender, se amar e se aceitar. E se lembrem que o mais importante não é você saber essa sigla LGBTQIAPN+ de có, mas o significado principal é exercitarmos nossa empatia para entender o outro, porque sexualidade e gênero são coisas pessoais e intransferíveis, cada um tem o seu todo e mundo merece respeito.
Até o próximo mês do orgulho ano que vem com uma sigla ainda maior!
Quem é Guilherme Nascimento?
Educador da classe popular e produtor cultural. Criador do Projeto ASAS da Cultura em Itapemirim e atual presidente do Espaço Cultural Casa Roxa em Marataízes. Aquariano de 28 anos é ativista dos direitos humanos e militante da juventude na região sul capixaba. Premiado pelo governo do Estado do Espírito Santo pela realização da Semana +Visibilidade +Orgulho, projeto de cidadania da comunidade LGBTQIAPN+.
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