Apelido quando pega não tem jeito. Dia desses, vi um ex-companheiro de trabalho na rua e não consegui lembrar o nome, mas o apelido veio de imediato, era o Gato Seco. Imaginei que ele também se esqueceu do meu nome, mas o apelido de Passa Fome também devia estar na ponta da língua dele.
Aqui em Cachoeiro temos alguns apelidos mais conhecidos que o nome. Entre estes, temos a Linha Vermelha, uma avenida que corta quase toda a cidade e poucos sabem o nome real da via. Temos também alguns lugares como o Buraco do Urubu, Corte Grande, Valão, Bostéu, Beira Rio, Matadouro, Gavião, Beco da Tia Chica, Buraca, e outros que me falham à memória.
Se querem saber mais, ontem fui ao Centro de Saúde levar um pedido de exame e o rapaz me disse: vou enviar o senhor lá pro Elefante Branco para agendar o seu exame. Pronto; se ele dissesse Hospital do Aquidabã eu não saberia onde. E outros logradouros, lojas e repartições continuam sendo chamados por apelidos. Nem sei se ainda temos o CDM ali frente ao Brodway, mas o lugar é chamado de Praça vermelha. Temos ainda a Estação Ferroviária embora não tenhamos mais trens por aqui no centro.
Vocês devem estar curiosos com esse despautério todo, mas o fato é que um vereador se incomodou com isso e quer mudar o nome da Linha Vermelha. Pensei com meus botões: Se essa moda pega e cada um resolver mudar os nomes das localidades chamadas pela cor, vai dar um trabalho danado. De cara lembrei: Pedra Branca, Água Preta, Córrego Vermelho, Pedra Azul, Monte Verde, Santa Rosa, Amarelo, Pedra Roxa, entre tantos que se repetem pelos nosso distritos e bairros.
Enquanto isso, não se criam leis de acessibilidade em uma cidade cheia de morros, leis de inclusão onde as calçadas são todas irregulares atrapalhando a vida de seus moradores que em sua maioria pagam uma taxa de IPTU iguais às de grandes metrópoles.
Para completar, nossos edis se envolvem nessas questões ridículas e deixam de fiscalizar o transporte público ruim e a segurança das escolas, lojas e bairros. Deixam também de legislar sobre a falta de investimentos na infraestrutura do município, onde o empresário gasta mais que em outros lugares para manter sua empresa funcionando. Por isso, deixa de ser competitivo, resolvendo então retirar direitos de seus empregados ou sonegar impostos.
Melhor mesmo é torcer para o Brasil no Catar e nas próximas eleições municipais mandar esse tipo de legislador “Catar” coquinhos….