A eleição que irá escolher o novo presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), para a próxima legislatura, tem muito mais ingredientes que a simples disputa pelo comando da Casa. Está em jogo o protagonismo político estadual exercido pelo novo presidente e muitos cargos comissionados. Ao todo, são mais de 300.
Entre esses cargos, estão os mais bem pagos da Ales: dos diretores, com salários de R$ 11.794, e dos secretários, com salários de R$ 15.968.
Com orçamento de R$ 232 milhões, o novo presidente terá à sua disposição mais recursos que 60 dos 78 municípios capixabas, segundo o Anuário de Finanças dos Municípios Capixabas (dados referentes a 2021. E não vai precisar fazer estradas, muros, consertar pontes, etc.
No mercado político, os nomes que estariam mais fortes (ou cotados) para vencer a disputa, que se dará pelos votos dos seus pares, no dia 1º de fevereiro, são os dos deputados Dary Pagung (PSB), Tyago Hoffmann (PSB), Marcelo Santos (Podemos) e João Coser (PT). Fala-se também em Hudson Leal (Republicanos) e Vandinho Leite (PSDB), porém com menos chances.
O próximo presidente da Assembleia também vai gerenciar antigos e novos contratos, além da folha de pagamento da Casa, que possui um total de 1.322 servidores (dados de outubro) – entre efetivos, comissionados e estagiários –, além dos 30 deputados.
Segundo a jornalista Fabiana Tostes, da Folha Vitória, “ser presidente da Assembleia não é pouca coisa. Além de ser o terceiro na sucessão do Executivo – em caso de ausência do governador e do vice, o presidente da Ales assume o comando do Estado –, é ele quem dá o ritmo do Legislativo”.
Ela acrescenta que cabe exclusivamente ao presidente pautar os projetos que serão votados. Ele decide se a matéria – que pode ser de um deputado ou do Executivo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria – vai tramitar em tempo normal, se vai na base da tratorada ou se vai descansar ‘ad eternum’ na gaveta.