Ele é natural de Mimoso do Sul e nas horas de lazer gosta de ficar em casa com a família. Também aprecia passar um tempo na roça, prazer que herdou dos seus tempos de infância. O médico rádio-oncologista Dr. Bruno Resende (União) chega à Assembleia Legislativa (Ales) com um grande desafio: revolucionar o tratamento do câncer no Espírito Santo e construir um hospital de referência no estado. Ele também não esconde a vontade de presidir a Comissão de Saúde da Casa.
“Quando me formei em Medicina decidi cuidar de pacientes com câncer e consegui passar na prova de residência de um dos melhores hospitais da América Latina, que é o Hospital do Câncer de Barretos (SP), e fui fazer a minha especialidade. E lá acabei descobrindo que essa era a minha vocação. Lá aprendi que é possível oferecer um tratamento de ponta para os pacientes e que esse tratamento de ponta poderia ser para todo mundo. Com gestão e com política, nós podemos oferecer, sim, dignidade para as pessoas”, afirma.
Ao término da residência, Dr. Bruno foi convidado a permanecer no corpo do hospital, mas acabou declinando por um motivo que considera importante. “Eu, lá atrás, tinha feito uma promessa pra mim: que eu iria cuidar de capixabas. E Barretos tinha tudo, menos capixabas. Então eu vim pra cá determinado a lutar e dedicar minha vida a construir um hospital que fosse como Barretos, mas que tivesse o DNA capixaba”, revela.
Bandeiras
Diretor clínico do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim há quatro anos, Dr. Bruno não esconde que sua principal bandeira é a saúde. “Eu não fiquei restrito à oncologia. Eu participei da formatação do novo modelo de contrato junto ao Estado, então eu conheço bem o sistema implementado no Espírito Santo. Eu participei dessa montagem, sei onde estão alguns dos problemas e nós vamos discutir no mandato, propostas para a melhoria desse sistema”, ressalta.
Mas o deputado eleito pretende atuar em outras pautas paralelamente à saúde, dentre elas o desenvolvimento econômico. “Gerar emprego, gerar renda, gerar receita também para o Estado e propiciar que a gente faça essa ‘catraca do bem’ girar. A população ganha mais, ganha melhor, gera impostos e nós conseguimos investir mais para a própria população”, explica.
Prestes a iniciar o primeiro mandato eletivo, o médico de 35 anos pretende ser reconhecido como um deputado da Região Sul capixaba. Sem querer deixar de lado os investimentos feitos na Região Norte, ele observa um desequilíbrio nessa balança de investimentos e aponta alguns pontos nevrálgicos que prejudicam o desenvolvimento da região de origem.
“Nós precisamos equilibrar essa conta. Nós temos o Porto de Kennedy que está agarrado há muitos anos, o aeroporto de Cachoeiro que não se desenvolve, não sai do lugar, operando somente com pequenos aviões e sem voos comerciais. Isso empaca o desenvolvimento da nossa região. Então, nós temos que investir nessa logística de desenvolvimento econômico e estrutural”, pondera.
A agricultura também está no radar do estreante na Ales. “A minha essência tá lá na roça, eu nasci e fui criado na roça. O meu diploma de medicina saiu do café e do leite. Então eu jamais vou me virar contra a minha base agrícola. O agro é importante, não apenas para o sul do estado, mas para todo Espírito Santo”, conclui.
Desafios
Melhorar o acesso à saúde pública de qualidade no estado. Esse é o principal desafio que o deputado eleito espera enfrentar no Legislativo capixaba. Acabar com as filas de espera por consultas e exames e eliminar de uma vez por todas o chamado “jeitinho brasileiro” para ter acesso aos serviços.
“A gente precisa garantir no Espírito Santo que as pessoas tenham acesso à saúde pelo sistema público, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Enquanto houver um capixaba que precise pedir alguma coisa para alguém tá errado e na política a gente vê muito isso. O papel do deputado, do vereador, do prefeito não é dar ‘jeitinho’ em nada, é fazer com que o sistema funcione e as pessoas não precisem se humilhar para conseguir aquilo que já é delas por direito”, enfatiza.
“A partir do momento que você paga seus impostos, você deveria ter acesso de qualidade a tudo aquilo que a rede pública deveria te oferecer. A saúde é um direito básico constitucional. Então, se tem alguém me pedindo uma tomografia, uma ressonância, uma consulta de especialidade, uma cirurgia, está errado e precisamos evoluir”, reforça.
Relação com o governo
O deputado eleito afirma que inicia o seu mandato no dia 1º de fevereiro como um parlamentar da base do governo. Eleito com 31.897 votos, Dr. Bruno Resende mantém uma boa relação com o governador reeleito e se compromete a apoiar o Executivo em tudo aquilo que ele entender que seja produtivo para a população capixaba.
“Eu sempre tive uma relação muito cordial com o governador Renato Casagrande (PSB). Estive com ele na eleição passada, estivemos juntos nessa eleição também. Então eu tenho convicção de que o governador vai para o seu terceiro mandato fazendo novamente um bom governo”, comenta Dr. Bruno.
“O governador tem em mim um aliado do governo, de maneira nenhuma eu pretendo ser oposição. Se houver alguma proposição que não seja adequada para o povo capixaba eu serei contra, mas eu não acredito, porque o governador tem tido sobriedade e acertadas decisões, até aqui. Eu espero poder ajudar a conduzir o Espírito Santo para um horizonte ainda melhor, com mais saúde e com mais dignidade para o povo capixaba”, complementa.
Sobre a relação do governo com a nova bancada que toma posse em fevereiro, Dr. Bruno não prevê grandes complicações e acredita que Casagrande terá uma boa base no Legislativo, que permita a governabilidade. “Se você me perguntar qual a maior qualidade do governador Renato Casagrande eu diria que é o diálogo. E quem sabe dialogar, sabe encontrar o meio termo onde a gente possa caminhar de uma maneira adequada”, avalia.
Comissões
Sobre os colegiados da Casa, Dr.Bruno Resende se coloca à disposição do governo para participar daquilo que for producente para o Executivo. Chega a citar a Comissão de Agricultura como um de seus anseios, mas não esconde a maior vontade: presidir a Comissão de Saúde.
“Eu quero ser o presidente da Comissão de Saúde. Por motivos óbvios, a saúde é o meu principal ponto, como eu sempre digo, é uma comissão importante. Se os meus pares e o futuro presidente da Assembleia Legislativa concordarem, eu lutarei para ser o presidente da Comissão de saúde”, finaliza.
Por João Caetano Vargas, com edição de Nicolle Expósito (Fonte Ales)