Diabetes, hipertensão arterial, sedentarismo e isolamento social são fatores de risco para a doença
O Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa, afetando pessoas idosas. Essa é uma das doenças lembradas pela campanha Fevereiro Roxo, que visa conscientizar a sociedade sobre doenças que não têm cura, mas que, quando são descobertas no estágio inicial, têm um tratamento efetivo.
O geriatra da Unimed Vitória Gustavo Genelhu explica que o principal sintoma, na maioria dos casos, é a perda da memória recente com total preservação, no início, da memória antiga. “É necessário ter, além da alteração da memória, uma modificação de outras áreas da cognição responsáveis pelo processo de informação, como a capacidade de cálculo, solução de problemas e atenção”.
As causas específicas da doença são desconhecidas, exceto em casos genéticos e hereditários, transmissíveis de geração em geração e chamados de Alzheimer precoce, afetando os pacientes antes de eles atingirem 60 anos. Porém, há fatores de risco que merecem atenção, incluindo o diabetes, hipertensão arterial, sedentarismo e isolamento social.
Gustavo reforça: “uma vez que os fatores de risco estão bem identificados, a prevenção é feita impedindo que esses quadros evoluam, com acompanhamento de um médico geriatra, clínico geral ou cardiologista. É importante combater os riscos cardiovasculares, evitar isolamento social, motivar a prática de atividades físicas e promover hábitos de leitura e o convívio social”.
O diagnóstico é clínico e o paciente passa por exames físicos, neurológicos e coleta de histórias de vida. Os exames de laboratório e imagem são utilizados para afastar as causas secundárias de demência que não sejam o Alzheimer. “A partir do momento que essa hipótese é encerrada e caso o paciente preencha os critérios desses exames neurológicos, aliados a uma avaliação neuropsicológica feita corretamente, é detectado o comprometimento tanto da memória quanto de outra área da cognição, gerando alguma perda funcional no dia a dia daquela pessoa”, alerta o médico.
Tratamentos
Genelhu explica que os tratamentos existentes não são capazes de impedir a evolução natural da doença ou causar uma regressão e cura. No entanto, são fundamentais para garantir mais qualidade de vida. “O Alzheimer é um tipo de demência, ou seja, é um diagnóstico abrangente de uma síndrome clínica com um conjunto de sinais e sintomas. É necessário deixar claro que é errado falar que o quadro ainda vai evoluir para uma demência, pois ele já é, de fato, uma demência progressiva. Independentemente do que se faça, a doença de Alzheimer infelizmente vai evoluir”, conclui o geriatra Gustavo Genelhu.
O tratamento farmacológico é baseado em duas classes de medicamentos: os inibidores de uma enzima chamada acetilcolinesterase e os bloqueadores do receptor NMDA, que melhoram algumas habilidades durante fases específicas do Alzheimer.
Mas, além disso, os pacientes podem praticar atividades físicas, fazer terapias cognitivas comportamentais de musicoterapia e terapia ocupacional, que são utilizadas pra reinserir a pessoa na sociedade, tratar a ansiedade, sintomas de depressão e, também, melhorar a relação com a família.
Existe uma grande preocupação com quem cuida de um paciente com Alzheimer, já que, geralmente, o cuidador é o cônjuge da pessoa, que também pode ser um idoso. Por isso, o diagnóstico afeta toda a família, envolvendo questões financeiras e comportamentais com inúmeras decisões que precisam ser tomadas. O médico que vai cuidar do paciente deve estar bem integrado e interagir com os familiares.