Policiais da Força Tática do 9º Batalhão da Polícia Militar desbarataram toda uma rede que dava suporte ao tráfico de drogas no bairro Nossa Senhora Aparecida, em Cachoeiro de Itapemirim. Um traficante foi preso após ser perseguido e tentar se esconder na casa da própria mãe.
Como aconteceu?
Em patrulhamento tático motorizado, as equipes da Força Tática foram acionadas acerca do tráfico de entorpecentes no bairro Nossa Senhora Aparecida. De acordo com os relatos, o indivíduo conhecido como “J”, responsável pela busca dos entorpecentes (cocaína/crack) e pelo recebimento do dinheiro das vendas, estava parado na altura do cafezal, no local conhecido pelos usuários de drogas como “lojinha”.
Para realizar a busca dos entorpecentes e armazenamento do dinheiro, “J” utilizava-se de uma motocicleta de cor escura, Honda CG, sem demais características. Os informantes narraram ainda que, para conseguirem escapar das investidas policiais, os meliantes teriam “olheiros” em todas as entradas do bairro, que se utilizam de rádios-comunicadores para informar a movimentação em toda área do “Corte Grande”.
Diante das informações obtidas, parte da equipe prosseguiu para realizar campana a fim de observar a dinâmica do comércio de entorpecentes no local. Do ponto de campana, foi possível observar um indivíduo de camisa branca sentado em uma motocicleta Honda CG de cor roxa, com uma pochete da qual retirava invólucros de entorpecentes e repassava a dois indivíduos (sendo um negro, magro, de estatura alta, trajando bermuda vermelha sem camisa e, outro moreno, magro, de estatura baixa, com bermuda preta e camisa de cor azul clara) que ficavam mais afastados, em frente ao curral.
Após cerca de uma hora em campana, foi solicitado que as guarnições embarcadas nas viaturas avançassem para o bairro, deslocando-se diretamente para a “lojinha”, a fim de abordar os indivíduos partícipes na venda dos entorpecentes.
No momento em que as guarnições adentraram o bairro Nossa S. Aparecida, os suspeitos avisaram nos rádios-comunicadores: “Sai! Sai! A Tática no morro”. Concomitantemente ao aviso, os dois indivíduos responsáveis pela venda dos entorpecentes desceram à esquerda do curral, não sendo possível verificar o trajeto final dos mesmos.
Por sua vez, “J” ligou a motocicleta e subiu a rua José Paulino Cipriano, adentrando num beco, onde as equipes realizaram o cerco pela rua Arenivia Dos Santos. Ao adentrar o beco, a equipe deparou-se com a motocicleta estacionada em frente a uma residência com portão de madeira e cerca de arame. Após cercá-la, uma senhora se apresentou como sendo moradora do local.
Os militares repassaram a situação à senhora, e a mesma afirmou desconhecer alguém com as características de “J”, relatando ainda que não havia observado ninguém adentrar ao beco antes dos militares. Observando que o portão e a porta de entrada da residência da senhora estavam abertos, os militares se ofereceram para adentrar o local e verificar que não haviam invasores.
A senhora então, demonstrando bastante nervosismo, disse não ser necessária tal ação, pois podia garantir que não havia ninguém dentro do imóvel. Logo em seguida, novas informações chegaram, dando conta de que o suspeito estaria dentro do imóvel, sendo o mesmo filho da senhora.
Foi então observado que no banheiro da residência havia um pássaro da fauna silvestre (coleiro) sem registro devido nos órgãos fiscalizadores. A senhora foi informada então acerca do crime ambiental e da autorização flagrancial para apreensão do animal silvestre, instante em que ela então relatou que dentro da residência estaria seu filho, o adolescente J.
Com a entrada dos militares, J se apresentou dizendo não ter nada de ilícito consigo, porém, no cômodo de onde ele saiu foi possível verificar próximo ao ventilador uma bucha de maconha.
Após buscas realizadas na residência, foi localizada em um cômodo utilizado para armazenar material de construção, a pochete em que J transportava os entorpecentes. Dentro dela estavam 14 pedras de crack, cinco buchas de maconha (cará), 26 pinos de cocaína e a quantia de R$ 679,00.
No quarto onde J estava, foi localizado ainda, um radiocomunicador, uma base para carregamento de radiocomunicador, um celular da marca IPhone e a quantia de R$ 100,00. Após recolher os materiais e o pássaro silvestre, que J afirmou ser de sua propriedade, os militares acionaram o serviço de guincho e tomaram as medidas administrativas cabíveis.
A motocicleta utilizada na venda dos entorpecentes ficou à disposição do delegado de plantão. J foi apreendido e apresentado na sede da 7ª Delegacia Regional em Cachoeiro de Itapemirim.