Um recente anúncio, feito por cientistas da Alemanha, sobre o quinto caso registrado no mundo de um paciente considerado curado do HIV, colocou o assunto novamente nas manchetes. Para a população em geral a notícia pode surpreender, mas o tratamento para as pessoas soropositivas está bastante avançado.
“Se o paciente está em tratamento regular com carga viral indetectável o vírus é considerado intransmissível. Uma pessoa que vive com HIV e faz o tratamento regularmente tem uma sobrevida semelhante à população que não vive com HIV. Isso porque, além da alta eficácia dos medicamentos, o paciente segue um acompanhamento regular com infectologista que avalia toda sua saúde de forma global”, explica a infectologista Ana Carolina D’Ettorres.
Os tratamentos disponíveis atualmente estão disponíveis pelo SUS. A especialista detalha que os medicamentos orais utilizados, chamados de antirretrovirais, são de alta eficácia, boa tolerabilidade e causam poucos efeitos adversos. “Uma das metas do tratamento é alcançar essa carga viral indetectável, que ocorre quando a pessoa possui uma quantidade tão baixa de vírus no corpo que impede a transmissão por via sexual aos seus parceiros e parceiras”.
No entanto, o esquema terapêutico proposto para as pessoas soropositivas deve ser contínuo. “Ainda assim é importante continuar utilizando métodos de prevenção durante as relações sexuais, visto que essas medidas valem para proteger também contra outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) como sífilis, gonorreia e clamídia, por exemplo, que são infecções com grande impacto na saúde das pessoas”, alerta Ana Carolina.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de IST/Aids/HIV de 2022 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), houve um aumento de 60% de 2011 para 2021 nos casos diagnosticados no Espírito Santo. Ainda segundo a publicação, entre os anos de 1985 a dezembro de 2021, foram notificados 18.850 casos de pessoas vivendo com HIV no Estado, sendo 12.950 casos do sexo masculino (68,8%) e 5.900 casos do sexo feminino (31,2%).