Monto na garupa dos pensamentos e vou pelas estradas do além. Sem saber onde ir e chegar, a ajuizada insensatez me conduz ao meu bem querer.
Longe dos olhos abertos, insensíveis, que não enxergam e bocas desgastadas, que muito falam e nada dizem, chego ao céu estrelado. Acolhido pelas estrelas Três Marias, dançamos festivos com o Cruzeiro do Sul.
Ainda, de mãos dadas, sem nada falar, dialogamos, cúmplices com olhares iluminados e silenciosos. Uma nuvem pesada, gestada de amor, derrama sobre nós a água benta, redentora, lavando a minha alma.
A paz, vestida de preto celestial, se achega até mim, me beija e diz: Receba seu bem querer! Alimentado, farto e sem necessidades, fecho os olhos e vejo tudo. Pacífico, acomodado e agradecido, falo:
– Obrigado pela companhia. Eu sou eu aqui! Montado na garupa e de volta, revestido de mim, chego aqui e me perco pelos dias não achados. Sou só na multidão, até mesmo no calor em Cachoeiro.