Sem ser pós-graduado, ter mestrado e doutorado, com pés calejados, vou aboiando estrada afora. Meus caminhos pisados vão marcando meu rosto riscado e revelando quem sou. Esse caminhar não tem fim e os mistérios não moram por perto.
O que vemos e vivemos aqui, está desgastado e cansativo. Eu não gosto de permanecer aqui. Monto na garupa dos pensamentos desgarrados e me retiro para descansar os pés feridos das léguas cansadas.
Os moradores daqui não sabem quem são e nem onde vão. São surdos e ouvem música alta. Seus sinais vitais morreram. Sobrevivem falando alto uns com outros sem se conhecerem e com as mãos tapando os ouvidos.
Como zumbis mal-assombrados, perambulam pelas ruas. Riem sem ter graça e das desgraças. Quando chove, ficam mal-humorados. Como diria o conterrâneo Sérgio Sampaio. “As pessoas são uns lindos problemas”.
Olho para mim e me pergunto. Como sobreviver e não ser mais um na multidão?
Ando pelas ruas aprendendo com Neném Doido. Cumprimento pessoas desconhecidas e saio rindo sem escutar ninguém. O mundo carente e mentiroso exclui, isola e me faz andar só. Prefiro olhar minha cara sem maquiagem não camuflada.
Retirado, caminho na minha direção. Vasculho minha vida, encontro comigo e ganho meu sorriso postado no espelho revelando quem sou. Em paz, sigo caminhando abraçado com minha verdade.