A vida chegou sorridente e me chamando para dançar. Há tempo, poderosa, ela faz isto comigo. Se achega zombando com sua fortaleza, sabendo os meus pontos fracos. Conquistadora e persuasiva, olha nos meus olhos e fala carinhosamente, que é apaixonada por mim.
Eu, agradecido e lisonjeado, abraço este olhar carinhoso-apaixonado e nos pegamos a dançar. Tento com dificuldade acompanhar os seus passos, seguindo os seus ritmos, pois ela não dança conforme a música.
Segura, me confidencia no ouvido: – Quem dita as regras sou eu. A música que me acompanhe! Sem aflição, abraçado ao seu corpo meu, como namorados, meio desgovernado, mas atento e aprendiz, vou me deixando conduzir.
Minha aparente insegurança ilude aos que observam e julgam que não sou bom dançarino. Tolos, apesar dos tropeços e pisões temporais, feliz, vou dançando e vivendo.
Na verdade, eu e a vida, nascemos um para o outro. Amor à primeira vista. Eu sou dela e ela é minha. Quem não sabe viver, melhor nem entrar no salão para dançar.