Hoje, sou da pecuária letreira. Como diria CFLima, ordenho palavras escrevendo minha vida. Nas teclas do celular, tiro leite preto que cai nos baldes pelas estradas cheios de mim. Atravesso os meus caminhos sem medo da morte.
Vou por entre mentirosas fantasias postadas nas redes sociais, vivendo de verdade o meu tesouro garimpado. Não fico com a boca postada, escancarada, cheia de dentes esperando a morte chegar. A impaciência que não me alcança me faz andarilho sem pousada. Não consigo viver adestrado e comandado por quereres que não são meus.
Amanhã, vou passear pelas areias macias e acolhedoras do mar maratimba. O sol imperador que impulsiona, vai adentrar minhas veias aquecendo o meu sensível coração. Não pertenço as pessoas chatas e falantes, comprometidas em falar nada. Caminho em boa companhia, embalado pelas ondas marinhas de atitudes repetitivas e incansáveis que se derramam amorosas, massageando e lavando os meus pés cansados e poluídos.
Não, eu não sou e não quero ser daqui. Me recuso ser. Me recluso acompanhado entre quatro paredes, com palavras que me conhecem, escrevem, lêem, interpretam e consolam o meu coração arredio. Os pássaros viajantes, voam destemidos, sem cair, poluir e perder a sua corajosa liberdade . Meu primo-amigo César, “o filósofo”, diz que “o medo movimenta o mundo”. O medo para mim não passa de um cagão.