Logo cedo, da janela do quarto, acordei saudado pelo Sol. Ele sorriu e falou baixinho: – Bom dia, meu amigo! Qual é a boa para hoje?
Correspondi ao sorriso. Espreguicei alongando o corpo preguiçosamente, rolei na cama e falei: – Bom dia, meu amigo! Vou me ajeitar. Espera um pouco, por favor. Vamos passear e conversar. Essa é a boa para hoje. Pode ser?
– Lógico! Gostamos de estar juntos – respondeu iluminado e sorridente.
Ajeitado, saí de casa e falei: – Pronto, agora podemos ir.
– Passou protetor solar? – perguntou com autoridade.
– Ih, esqueci, respondi. Espera aí. Vou em casa passar, já volto.
Sem autoridade, sacana, falei: – Fica na sombra, tá muito quente.
– Pateta! – retrucou.
Aquecidos e felizes, passeamos descompromissados pelo calçadão da praia de Ipanema. Em frente a um quiosque, parou e com autoridade falou: – Marcelo, compra água, tem que se hidratar.
– Obrigado por lembrar.
Antes de abrir a garrafa, verifiquei se estava lacrada. Abri e ofereci ao Companheiro. Ele, resistente, falou: -Tô de boa. Beba você.
Quando felizes, passeamos, somos simplicidade e companheirismo. O chão aquecido por Ele norteia e abrasa meu coração caminheiro. Desatento, sem me dar conta da hora, a tardinha chega. Inseguro. olho para Ele e suplico: – Já é tarde e a noite já vem, fica comigo.
Sendo autoridade, com o olhar pacífico e acolhedor, fala: – Não posso, tenho que ir.
Resignado, volto para mim e caminho quieto na noite recém-chegada. De longe, sem conseguir ler o que está escrito, avisto uma placa luminosa, querendo me dizer algo. Ainda quieto, continuo caminhando, norteado pelo Sol que aquece meus pés peregrinos. Me aproximo e leio:
– Está cansado, vá descansar, amo passear com você. Boa noite meu amigo!