Projeto tem como público alvo crianças, adolescentes e jovens, que terão aulas virtuais uma vez por semana
A região de Vitória que abrange os bairros Itararé, Jaburu, Bairro da Penha, Bonfim, Engenharia, Consolação, Floresta, Gurigica e São Benedito é um celeiro de atividades criadas pelas comunidades em prol das comunidades. Não é à toa que se chama Território do Bem. Uma dessas ações é o projeto EducArte. Realizada pelo Coletivo Beco, a iniciativa está com inscrições abertas para voluntários que se disponibilizem a dar aulas de reforço escolar para crianças, adolescentes e jovens da região.
Inscrições
O projeto foi contemplado por meio do edital Territórios Criativos, da Secretaria Estadual de Cultura (Secult), por meio do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura). As inscrições para os voluntários podem ser feitas pelo link por profissionais já formados ou por estudantes de qualquer licenciatura, já que a ideia é abarcar todas disciplinas. O projeto teve início em 2020, no auge da pandemia do coronavírus, em um contexto de isolamento social no qual as escolas tiveram que ser fechadas e as aulas tiveram que passar a ser virtuais como forma de prevenção à Covid-19.
Contudo, nem todos estudantes tinham acesso a computador e internet, o que dificultava o prosseguimento nos estudos. Por isso, o Coletivo Beco mapeou crianças, adolescentes e jovens que estavam com dificuldades na escola por causa da exclusão digital e planejou uma atividade que conectasse esse público com o mundo digital de forma artística, lúdica e educadora. Assim, foi possível disponibilizar, em uma sala, no Bairro da Penha, computadores para aulas de reforço escolar virtuais.
“Essa realidade nos mostra que existe uma demanda educacional no território e precisamos criar ações para diminuir essa exclusão, que tem sua raiz no processo escravocrata. Não podemos admitir que nossas crianças de 12 anos ainda não sejam alfabetizadas e que nossas crianças que já são alfabetizadas fiquem em atraso nas escolas. Somos o apoio da escola, mas com um sabor cultural e artístico, afinal, aprender sorrindo, jogando e sonhando é mais legal. Não somos escola e não pensamos como as escolas, estamos para além do muro delas fortalecendo e educando os nossos”, diz Crislayne Zeferina, pedagoga do projeto.
A iniciativa foi aprovada pela comunidade, que pediu seu retorno. Agora, ao todo, serão 60 estudantes do ensino fundamental e médio contemplados pelo projeto. As aulas continuarão a ser no espaço físico disponibilizado pelo Coletivo Beco no Bairro da Penha, realizadas via google meet, portanto, os voluntários não precisam se deslocar de suas casas para atuar.
Aulas
As aulas serão de segunda a sexta, das 13h às 17h, com duração de uma hora para cada aluno, uma vez por semana, com dia e horário previamente marcados. Antes de começar a aula, o estudante também terá um lanche à disposição. A iniciativa tem como alguns de seus objetivos melhorar o desempenho dos estudantes na escola, estimular o pensamento crítico, incentivar o protagonismo de crianças e adolescentes no aprendizado e a aplicação do conhecimento teórico no cotidiano dos alunos.
Uma vez por mês, aos sábados, das 9h às 12h, 30 dos 60 estudantes participarão de oficinas de capoeira, de circo, de teatro e dança. Portanto, o EducArte também tem como propósito possibilitar que crianças, adolescentes e jovens tenham acesso à cultura de forma lúdica e educativa. Além disso, ainda no mês de novembro o Coletivo Beco irá dar início à alfabetização de crianças e adolescentes por meio de jogos, uma vez que, embora esteja na escola, muitos deles ainda não são alfabetizados.