Um grande encontro começou ontem (21) na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. O Muticom 2023, o Mutirão de Comunicação Diocesano teve início na noite de ontem, trazendo momentos e reflexões importantes para quem faz a Comunicação na Igreja e para a Igreja.
Com o tema “Comunicar Para Fortalecer as CEBs”, o Muticom conta com a participação de agentes da Pastoral da Comunicação de 18 paróquias em 14 municípios.
Já no início da tarde, houve a aguardada palestra Andréia Gripp, teóloga, jornalista e professora. Doutora em Teologia Sistemática-Pastoral pela Pontifícia Universidade Católica PUC-Rio.
Tratando do tema – O processo de comunicação na formação da Identidade da Comunidade Eclesial – Gripp falou sobre a importância do caminho sinodal que a Igreja vem percorrendo, para a comunicação no mundo digital.
“A comunicação desempenha um papel fundamental na catequese, como afirmado em documentos da Igreja Católica. O Concílio Vaticano II, por exemplo, enfatizou a importância de usar os meios de comunicação social para transmitir a mensagem da fé. O Papa Paulo VI, na encíclica “Evangelii Nuntiandi“, destacou que a comunicação é uma forma privilegiada de evangelização”, destacou.
Perguntado sobre a polarização observada hoje dentro da própria Igreja, especialmente no Brasil e que, aparentemente, vem “construindo muros em vez de pontes” entre as pessoas, colocando em xeque até mesmo a própria figura do Pontífice, a especialista respondeu:
“A polarização na Igreja é um dos dramas do nosso tempo e pra mim, é surpreendente, como católico, encontrar a austeridade contra o Papa, que existe hoje, como se fosse normal. Porque estamos em uma cultura que reflete a polarização da própria sociedade. E normalmente é resultado da mesma polarização que se tem, por exemplo, entre liberais e conservadores na política e na cultura, que se reflete também na Igreja. É um sinal da mundanidade, porque uma Igreja polarizada é uma Igreja mundana, que reflete a sociedade e não o Espírito.
Por isso, é muito, muito importante que a Igreja aprenda a superar esta polarização. E também por isso, a recuperação da antiga sinodalidade, que está fazendo o Papa e que é tão importante para a Igreja, para que ela possa ensinar a humanidade como fazê-lo, na verdade”, refletiu.