A Sessão Solene da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), que deu posse aos seus três novos membros titulares, promete ficar marcada na memória e nos corações de todos que tiveram o privilégio de participar da cerimônia.
Tomaram lugar na Academia o clérigo e jornalista José Carlos Ferreira da Silva e as escritoras Olívia Batista Avelar e Maikely Teixeira Colombini, que passam a ocupar as cadeiras 25, 35 e 14 da ACL, respectivamente.
Num ambiente agradável, com música de qualidade, leitura de crônicas e pronunciamentos históricos, a sessão transitou no limite entre a formalidade e os belos saraus que simbolizam a tradição no universo literário. O evento aconteceu no auditório do Liceu Muniz Freire, gentilmente cedido para a ocasião pela direção do educandário.
Já no início da cerimônia, presidida pela acadêmica Marilene Depes, o público foi agraciado com apresentações da Banda Marcial Wilson Resende e do coral “Vozes de Cachoeiro”. Este último, regido pelo maestro Adilson Dillen e pela maestrina Fernanda Martins, emocionou a todos com interpretações impecáveis de músicas que marcaram gerações e levaram o público a uma viagem imaginária embalada pelas notas afinadas e refinadas dos coristas.
Nova geração
Na sequência, foram entregues os prêmios aos cinco estudantes que melhor se classificaram no VII Concurso ‘Rubem Braga’ de Crônicas, promovido pela ACL, com apoio da concessionária BRK e do Hospital Evangélico de Cachoeiro (Heci). As premiações foram precedidas pela leitura das crônicas classificadas.
Com o tema “O Rio – Espelho de Sua Cidade”, o concurso teve a participação de diversas escolas públicas e particulares de Cachoeiro, sendo vitoriosa a crônica de Ana Luiza Caxeiro, estudante do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Wilson Resende, localizada no distrito de Burarama.
Ana Luíza, em sua crônica (Um Grande Rio), lembrou de forma contundente da enchente do rio Itapemirim ocorrida no ano de 2020, que devastou o distrito de Pacotuba. O texto surpreendeu pela riqueza de detalhes com que narrou as agruras de uma família atingida pela cheia. Ao final, remete à soberania das águas, demonstrando grande maturidade da escritora, apesar da pouca idade.
A tragédia das enchentes também foi substrato para o texto de Pedro Pin (Morte na Rua dos Bancos), aluno do Ifes, onde a personagem principal da crônica, um peixe, agoniza na rua Capitão Deslandes, centro de Cachoeiro, após as águas do rio cederem, sob o olhar curioso e cúmplice de políticos e transeuntes, representando o tecido social cachoeirense. Pedro ficou com a segunda colocação.
Críticas às intervenções humanas no manancial do Itapemirim também deram o tom às crônicas dos demais vencedores, respectivamente, Julianne Meirelles Teixeira (Ifes), Amanda Lopes Moulin (CIAC) e Betina Bernardo Armani (CIAC). Todas irretocáveis, contando dramas, ora superficiais ora com mais profundidade, e fazendo ode às águas, permeadas de recados de alerta e clamando pela preservação do rio.
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Emoção à flor das letras
Os membros efetivos da ACL, Lucimar Costa, Ariete Moulin, Roberto Carlos Farias de Oliveira, Valquíria Rigon Volpato e Paula Teixeira Garruth Rodrigues realizaram a leitura das crônicas premiadas, em alguns momentos pinçando lágrimas de parte do público, que retribuiu aplaudindo entusiasmado as interpretações.
Seria, talvez, o momento mais emblemático da sessão, não tivessem os novos acadêmicos se esmerado tanto nas leituras históricas dos seus patronos (Fernando Mota, José Cola e Basílio Carvalho Daemon). A eles, também precederam seus respectivos padrinhos, que se pronunciaram dando as boas-vindas aos novos imortais.
Outros acadêmicos também fizeram as honras de recepção aos novos titulares da ACL. O decano Higner Mansur e a jornalista Regina Monteiro receberam Olívia Avelar e Maikely Colombini. Por sua vez, o jornalista Basílio Machado representou a acadêmica Maria Elvira Tavares Costa na recepção ao padre José Carlos.
Dom Luiz, o bispo carismático
Por fim, coroando o evento, se pronunciou o bispo diocesano Dom Luiz Fernando Lisboa. Com discurso sereno e carismático, característico de quem toca a vida pregando a conciliação e o amor em suas infinitas dimensões, o líder religioso contou um pouco de sua passagem missionária pela África e teceu elogios a Cachoeiro e a ACL.
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