O ano de 2024 começou com profundas mudanças no primeiro escalão da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim (PMCI). Foram várias modificações que deixam o governo municipal mais próximo do que pretende o prefeito Victor Coelho (PSB) para enfrentar um ano eleitoral que promete muitas entregas por parte do Executivo, na esfera administrativa, e duros embates com seus opositores, na política.
Deixaram o governo pessoas próximas ao prefeito e que estiveram com ele desde o primeiro mandato, iniciado em 2017, remanescentes do staff do saudoso deputado Glauber Coelho, falecido precocemente em acidente automobilístico.
A mudança mais significativa aconteceu na pasta de Desenvolvimento Social, onde Márcia Bezerra deu lugar a Roselane de Araújo Lima Barreira, que assume interinamente a função. Foram exonerados ainda os secretários de Cidadania, Trabalho e Direitos Humanos – Luana Cristina da Silva Fonseca; e de Comunicação, Cláudia Sabadini.
Paulo Miranda – Assessor Especial de Governo também deixou o cargo, assim como outros servidores em cargos comissionados.
Quem entra:
Thatiane Cardoso de Assis da Silva passa a ocupar também interinamente a pasta de Cidadania, Trabalho e Direitos Humanos; Antonio Carlos Nascimento Valente passa responder pela Administração e Filipe Rodrigues da Silveira toma posse na secretaria Executiva de Comunicação.
Com o desmembramento da secretaria de Urbanismo, Desenvolvimento e Meio Ambiente, o empresário Dietrich Kaschner ficou com a parte de Desenvolvimento Econômico e Victor Galvão Rabbi com o Meio Ambiente e Urbanismo.
Nossa análise:
As mudanças na estrutura administrativa da Prefeitura de Cachoeiro já eram esperadas pelo mercado político. O primeiro Diário Oficial de 2024 apenas confirmou o inevitável, já que o prefeito Victor Coelho tem dado sinais de que pretende lançar uma candidatura puro-sangue, com a sua marca, para sucedê-lo na gestão municipal.
No momento, as apostas são de que a secretária de Obras e Serviços Urbanos, Lorena Vasques, seja a opção número um do prefeito.
O maior perdedor desse round foi o Podemos, partido que abriga boa parte dos substituídos e que tem a liderança do deputado estadual Allan Ferreira e do presidente da Câmara Municipal, Brás Zagotto. Nas entrelinhas, em recente entrevista ao podcast LADO B, o deputado deu a entender que estava em rota de colisão com o prefeito.
Outro fator a ser observado é a entrada do segmento de rochas ornamentais no governo, por meio do empresário Dietrich Kaschner. Por muitos anos, Diti, como é conhecido, esteve à frente da Cimef e de entidades representativas do segmento. A Cimef é pioneira em Cachoeiro na produção máquinas de beneficiamento de pedras ornamentais.
Este movimento do prefeito aproxima sua gestão do setor produtivo, que tem demonstrado resiliência na busca por uma candidatura com viés de direita. Até então, o vereador Juninho da Cofril (PL) vinha se capitalizando melhor, politicamente, nesta área.
Dos três pré-candidatos que se uniram para lançar candidatura em Cachoeiro – Diego Libardi (Republicanos), Allan Ferreira (Podemos) e Dr Bruno Resende (União), este último é o que ainda pode fazer alguma ponte com a Administração Municipal, via Governo do Estado.
Doutor Bruno goza da simpatia do governador Renato Casagrande e tem bom trânsito tanto à direita quanto à esquerda do espectro político. Pode ser a última chamada para se evitar uma eleição fragmentada, com três ou quatro candidaturas fortes, levando a disputa para dentro da caixinha de surpresas, ou de Pandora.