Motivos para você não guardar dinheiro no cofrinho de moedas

À medida que as moedas se acumulam, percebemos que podemos juntar uma quantia considerável, incentivando a prática da economia e pavimentando o caminho para futuros investimentos significativos

Essa provavelmente foi a primeira lição de educação financeira que você recebeu: guardar dinheiro no cofrinho. O tradicional porquinho continua sendo um estímulo eficaz para economizar, proporcionando às crianças a oportunidade de desenvolver habilidades de organização, compreender valores e perceber que, com esforço, é possível alcançar metas. Contudo, essa valiosa lição não é exclusiva das crianças e deve ser aplicada em nossas vidas diárias. Ela nos guia para uma maior organização, preparando-nos para um planejamento eficaz na busca de objetivos financeiros.

O cofre é uma ferramenta útil para estabelecer controle financeiro, especialmente para aqueles que ainda não cultivaram o hábito de poupar. À medida que as moedas se acumulam, percebemos que podemos juntar uma quantia considerável, incentivando a prática da economia e pavimentando o caminho para futuros investimentos significativos.

Entretanto, há razões importantes para considerar alternativas ao armazenamento de dinheiro em cofrinhos:

Degradação e Perda de Validade:

Notas de papel e moedas podem deteriorar-se quando mantidas em cofrinhos fechados, sujeitas à umidade e mofo. Além disso, notas e moedas podem sair de circulação ao longo do tempo, perdendo seu valor para compras.

Risco de Roubo:

Manter grandes quantias de dinheiro em casa aumenta o risco de roubo ou furto em atividades criminosas. Essa perda é difícil de recuperar, e rastrear o uso desse dinheiro roubado seria desafiador. O uso de uma conta digital pode ser uma opção mais segura.

Estagnação na Circulação Financeira:

Guardar dinheiro por tempo prolongado em cofrinhos contribui para que o dinheiro deixe de circular na economia. O Banco Central destaca a importância de manter as moedas em circulação para evitar dificuldades de troco no comércio. Acumular grandes quantidades de cédulas e moedas pode afetar a disponibilidade de troco em estabelecimentos comerciais.

Perda de Valor devido à Inflação:

A inflação reduz o poder de compra ao aumentar os preços de bens e serviços. Dinheiro guardado sem circulação perde valor com o tempo, resultando em uma capacidade de compra inferior quando comparado ao momento em que foi guardado.

Portanto, é crucial reconhecer que, embora o cofrinho seja uma ferramenta inicialmente motivadora para poupar, existem alternativas mais seguras e eficazes, como contas digitais, que proporcionam controle financeiro e preservação do valor ao longo do tempo. Essa conscientização é fundamental para uma abordagem mais madura e eficiente na gestão financeira pessoal.

Harion Camargo, CFP®

Técnico em Gestão Logística. Bacharel em Comércio Internacional e pós graduado em Engenharia Financeira (FIA-SP). Possui curso intensivo em Business Supplementary pela Kaplan (Canadá) e estudou Economia Aplicada no MBA pela Fipe-SP. Mestrando em Administração com linha de pesquisa em finanças pelo Mackenzie.

Atuou em cinco diferentes áreas no Banco Bradesco, finalizando suas atividades na Mesa de Trading FX. Posteriormente, no Itaú Unibanco, assumiu uma carteira de clientes expatriados, na área de Investment Advisory, onde atuava diretamente no Asset Allocation dos clientes estrangeiros.

Foi responsável pela área comercial na gestora Valora Investimentos, e teve uma passagem como sócio de Institutional Sales na Quasar Asset Management em 2021. Foi Associado na área de DCM da Integral Investimentos e atualmente toca Originação e Distribuição no mercado de capitais do Banco Mercantil.

Possui as certificações: CFP, CFA Investment Foundations, Cambridge, CEA, CPA-20, CPA-10, PQO, FBB-100 e CA-300.

Ministra diversas palestras em universidades sobre temas ligados a finanças pessoais e mercado financeiro.