Acordo, abro a janela e a manhã feliz entra no meu quarto. Coloco o rosto para fora e contemplo o Senhor Tempo passar caminhando. Preciso, como sempre, sem pressa e atrasos, faz sua caminhada diária.
Passa por mim sereno e diz:
– Bom dia! Vamos caminhar?
– Vamos sim, espera um pouco Senhor Tempo, respondo.
– Vai demorar? Não posso esperar!, questionou.
– Já estou indo, sei que não pode esperar. Vamos!.
De mãos dadas com a manhã feliz e encharcado de sentimentos, caminho bombeando meu coração. Às margens do Riacho chamado Vida, no enamorado e oxigenado passeio, escuto uma bela melodia deslizar suavemente pelo ribeirão.
Aprendiz, ao lado do Senhor Tempo, caminho com atenção. Sem hora marcada, inesperadamente, encontro com a Senhora Saudade. Ela, feliz por me ver, saudosa, me abraça apertado.
Contentes e abraçados, com nossos mais belos sonhos, navegamos sonhadores para o oceano. À caminho do alto mar, de olhos fechados, sou navegado por fortes ondas. Ancoro no porto, em segurança, e reino meu mundo acarinhado por ventanias e tempestades.
Urbanos, asfaltados e acompanhados, o medo, a solidão e a angústia, andam distantes do meu coração. Nessa voluntária clausura de paz, em liberdade, me faço prisioneiro do amor.