O ambiente político em Cachoeiro de Itapemirim ainda está se adaptando à saída do vereador Juninho Corrêa (PL) do páreo. A poeira levantada foi tanta que só agora dá para enxergar o tamanho do paraíso, para uns, ou do inferno, para outros.
Nesse novo cenário, ascendem duas pré-candidaturas: Lorena Vasques (PSB) e Diego Libardi (Republicanos). É fácil explicar.
Juninho encarnava o voto do bolsonarismo local em sua quase totalidade e ainda mordia uma beirada da direita menos ruidosa. Faltava a ele, entretanto, o apoio do setor produtivo cachoeirense, que desconfiava de sua capacidade para gerir Cachoeiro. Muito jovem, talvez inexperiente. É o que mais ouvi.
O problema é que o vácuo deixado por Juninho na mente do seu eleitorado não foi ocupado pela nova aposta do PL, o vereador Léo Camargo. Ao que parece, o partido não tinha um plano B. Há quem diga que, absorvido por questões nacionais, o senador Magno Malta (PL) dormiu de touca e deixou o cavalo correr de arreio vazio e sem bridão.
A aposta agora é saber onde ele vai parar para beber água.
Por análise puramente lógica, a pré-candidatura com maior potencial de atrair o eleitorado mais conservador é a do advogado Diego Libardi. A experiência adquirida por Libardi como secretário municipal em Vitória também ajuda a dirimir a desconfiança de setores mais céticos ao seu nome, especialmente a parcela do empresariado que ainda está à procura de um porto que considere seguro na política local.
Noutra vertente, a pré-candidata Lorena Vasques (PSB) vem crescendo na aceitação popular. Começa a colher os frutos dos longos meses de contato direto com a população. Seja entregando obras, muitas obras, seja ouvindo e dialogando com as comunidades, aos poucos ela vai derretendo a geleira que envolvia sua pré-candidatura.
O crescimento de Lorena tira oxigênio do balão inflado pelo ex-prefeito Carlos Casteglione (PT), que passa a depender exclusivamente do cenário nacional, ou seja, do presidente Lula, para ganhar altura. Como se não bastasse, as últimas pesquisas de avaliação do presidente foram desastrosas.
Já a investida do Progressistas sobre Ferraço e Norma Ayub, que é legítima, diga-se de passagem, considero inócua. Ferraço tem coisas mais importantes para se preocupar. A eleição para governador está logo ali e ele precisa mais ajuntar do que espalhar. Nessa altura do campeonato, não seria prudente perder a bússola do sul do estado que guarda no bolso por uma questão pessoal. A marca Ferraço é maior que isso.
Voltando à Lorena, ouso afirmar que chega em maio com chances reais de polarizar a disputa. Seja contra Diego, que tem capitalizado mais com os egressos de Juninho, seja contra Allan Ferreira (Podemos) ou mesmo Dr Bruno Resende (União), ela estará ali disputando a preferência do eleitor.
O maior desafio para a campanha de Lorena será evitar a eleição que se torne plebiscitária em relação à gestão do prefeito Victor Coelho (PSB). Sem fazer juízo de valor, até porque nunca escondi minha torcida pelo sucesso da atual Administração, penso que isso diminuiria o tamanho da candidata. Além do mais, essa avaliação do eleitor já aconteceu em 2020. E Victor venceu.
Até!
Texto atualizado em 12/03/2024, às 16h30