É pau, é pedra, é o fim dos caminhos, são casas alagadas, caminhada de espinhos. São as águas de março fechando o verão, com mais força que antes, uma desolação. Assim termina março com uma das piores catástrofes aqui no nosso sul do estado.
A simpática Mimoso do Sul reviveu a Iconha de quatro anos atrás. Novamente vidas em risco, muitas ceifadas pelo aguaceiro que desabou sobre a cidade. Novamente um povo precisa reconstruir suas vidas, tirar forças da dor e do desespero. Juntar, em muitos casos, literalmente, os cacos, depois levantar a cabeça e seguir em frente.
Como há quatro anos, um fenômeno, que hoje é raro, se manifesta: o fenômeno da solidariedade. Igrejas de várias denominações, associações, clubes de serviços, agremiações de todos os tipos se unem para ajudar aqueles que sofriam com a destruição.
Pessoas divididas por ideologias se unem, independente de terem feito L ou se vestido de verde amarelo nos últimos pleitos.
Cristãos, ateus, povos de várias matrizes religiosas se dão as mãos para ajudar.
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão, são as águas de março fechando o verão. É um sopro de esperança no meu coração…