*por Wagner Medeiros Junior
Frequentemente somos deparados com várias perguntas sobre a cirurgia robótica, o que evidencia que a população em geral ainda não tem conhecimento suficiente do que é este tipo de procedimento médico-hospitalar. As principais dúvidas dizem respeito a como o robô realiza a cirurgia, quais as vantagens da utilização da robótica sobre os atos cirúrgicos convencionais, em que tipo de procedimentos esse equipamento pode ser utilizado e quanto à segurança do paciente.
Portanto, o primeiro ponto a esclarecer é que o robô não realiza a cirurgia sozinho. Por trás dele há uma grande equipe devidamente treinada e capacitada ao preparo de todo material e instrumental necessários, o que exige um considerável tempo de aprendizagem. Depois, é o médico especialista e seus auxiliares quem manipulam os braços do aparelho, onde estão fixados as pinças e os bisturis. Portanto, ele não realiza a cirurgia sozinho, mas é comandado por controles, com imagens em três dimensões, pela equipe médica.
Entre as vantagens da utilização do robô sobre as cirurgias convencionais é que o aparelho evita qualquer lesão em tecidos fora da área cirúrgica, pois seus movimentos são milimetricamente precisos. Também, as incisões são menores, diminuindo consideravelmente o sangramento e o risco de infecções. Consequentemente, os resultados estéticos são melhores, as complicações cirúrgicas são reduzidas e o paciente se recupera mais rapidamente, o que permite que ele volte a ter a sua vida normal em tempo consideravelmente mais curto.
Outra questão é que não são todas as cirurgias que podem ser realizadas com a utilização da robótica. Cirurgias de grande porte, tais como as de cabeça e as cardíacas, por exemplo, são feitas pelos métodos convencionais, na maioria dos casos. Por outro lado, o robô é indicado em um leque amplo de procedimentos na área da oncologia, da urologia, da ginecologia (principalmente em tumores pélvicos, de útero e ovário), na cirurgia torácica e nas áreas abdominais.
Uma questão, não menos importante, é que em todo o mundo a cirurgia robótica é um procedimento ainda relativamente caro, haja vista que se trata da utilização de uma tecnologia bastante avançada. Entretanto, os valores dos aparelhos e dos instrumentais vêm diminuindo nos últimos anos, devido à ampliação do uso desse recurso.
Neste aspecto, o equipamento de robótica adquirido pelo Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI) da empresa CMR Surgical- o VERSIUS – de fabricação inglesa, é uma revolução, pois se trata de um aparelho compacto, modular e móvel, podendo ser transportado para diferentes salas dentro do Centro Cirúrgico, adaptando-se à necessidade do paciente, do médico e do hospital. Tais características são importantes para diminuição do custo de operação.
Aliás, a própria CMR diz que o VERSIUS “nasceu com o propósito de aumentar o acesso à cirurgia robótica a todos os pacientes que necessitam”. Por isto, o foco no custo operacional, além dos aspectos da segurança do aparelho e da qualidade do procedimento cirúrgico. Pode-se concluir, portanto, que com a universalização da robótica, no futuro ela será tão popularizada como a cirurgia videolaparoscópica nos dias de hoje.