A Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora da Consolação localizada no bairro Guandú, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), tem como padroeira Nossa Senhora da Consolação. Nesta quarta-feira, 04 de setembro, a paróquia agostiniana celebra sua padroeira. A Ordem de Santo Agostinho divulgou esta devoção pelo mundo inteiro. Sabe por quê?
Ao pensar sobre a figura da Virgem Maria, Mãe de Jesus, sempre vamos lembrar da menina, adolescente, que sempre refletia a Palavra de Deus em seu coração, e depois de muita reflexão e escutar o que Senhor lhe pedia, sempre disse sim a seu propósito, portanto Maria é uma mulher de fé e nos ensina assim sermos, pessoas de fé e esperança.
Entre tantos títulos atribuídos à Mãe de Jesus, temos o da Consoladora dos Aflitos, a qual recitamos na ladainha de Nossa Senhora, geralmente, ao final da recitação do Santo Terço Mariano, e sobre o qual faremos uma breve reflexão.
A palavra consolation, a partir do final do Século XVI ganha o significado daquilo que consola; por volta do ano de 1400: ato de consolar, alívio da miséria ou angústia mental, mitigação do sofrimento ou ansiedade, dentre tantos outros significados que os diversos dicionários e traduções dessa palavra. O que mais se aproxima do real significado, se é que podemos assim dizer, é o que nos devolve o chão.
Sim, a Santíssima e sempre Virgem Maria, nos devolve o chão, quando esse se abre para tantos sentimentos, porque ela carrega em seus braços O Consolador: seu Filho Jesus Cristo.
A Consolação nos é concedida a partir de Deus Pai, conforme meditamos em II Cor. 1, 3-5: “Bendito seja Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai de Misericórdia e Deus de toda consolação, o qual nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar os que estão em qualquer angústia…”.
Portanto, devemos procurar a consolação junto a Deus e junto a Maria, pois ela é a mãe e consoladora dos aflitos. E Jesus lembra que: “Bem-aventurados são aqueles que choram porque serão consolados” (Mt. 5, 5).
Nossa mãe sabe consolar, como ninguém, nossas aflições, pois a sabedoria divina está em seus lábios: “Os teus lábios são como o favo de que destila mel” (Cant. 4, 11). Com que doçura destilam dos lábios de Maria suas expressões de consolo.
Esta devoção mariana vem dos tempos dos santos apóstolos. Após a morte e ressurreição de Jesus, eles tinham Maria por verdadeira mãe e mestra, consumada na ação do Espírito Santo, o consolador prometido. Maria é a própria consoladora do espírito, a fortaleza que reconforta os sofredores, o porto seguro dos aflitos.
Santa Mônica e a Sagrada Correia
Achando-se Santa Mônica desoladíssima com a morte de seu marido e com a vida desregrada de seu filho Agostinho, pedia com insistência a Virgem Maria que lhe mostrasse como devia vestir-se para imitá-la no tempo que passou sobre a terra, após a ascensão de Jesus ao céu.
Nossa Senhora apareceu-lhe vestida de preto e cingida por uma correia de couro e disse-lhe: “Filha, seja este o teu vestido… e recebe esta correia sagrada que cingiu este corpo que deu à luz o Salvador”. E acrescentou: “Doravante cinge-te com ela e propaga esta devoção de minha santa correia, pois eu te prometo especial proteção a todos que forem cingidos e venerarem piedosamente a Sagrada Correia”.
Em tudo Santa Mônica obedeceu a Nossa Senhora e ainda conseguiu que sua filha e netas usassem os trajes penitenciais com a correia; logo em seguida teve a graça de testemunhar a conversão de seu filho. Agostinho aceitou ser batizado, e desde esse dia usou a correia, legando à sua ordem este distintivo em honra da Rainha do Céu!
Com o crescimento da Ordem Agostiniana no mundo, espalhou-se a devoção da Sagrada Correia; porém, foi somente em 1256 que o Papa Alexandre IV reconheceu-a canonicamente e em 1575 que o Papa Gregório XIII definiu a confraria com o título: “Cinturados de Nossa Senhora da Consolação de Sto. Agostinho e Santa Mônica”, como é conhecida até hoje.
Temos aqui a manifestação do amor de Deus, um amor sem medidas, um amor que é consolo para os aflitos, refúgio para os pecadores e poderoso auxílio para todos os cristãos. Maria SS. é sem dúvida a maior e a mais bela das manifestações criadas pelo amor de Deus!
“Deus juntou todas as águas do oceano e chamou de mar! Da mesma forma juntou todas as perfeições e maravilhas da graça e a chamou de Maria”.
A Importância da igreja de Nossa Senhora da Consolação para Cachoeiro de Itapemirim
A Paróquia Nossa Senhora da Consolação foi erigida em 8 de dezembro de 1953, entretanto, a devoção à Mãe da Consolação já estava presente com a chegada dos primeiros Frades Agostinianos Recoletos a Cachoeiro de Itapemirim, e é certo, que por onde esses religiosos iam ou estavam a devoção à Virgem da Consolação era espalhada.
Com a criação da Paróquia, sobretudo, com a construção do templo dedicado à padroeira da Ordem dos Agostinianos Recoletos e o envolvimento do povo de Cachoeiro de Itapemirim e sul do estado do Espírito Santo, assim como o acolhimento dos Frades Agostinianos Recoletos, em especial, Frei Antolin Rodriguez. A Igreja de Nossa Senhora da Consolação é um marco da vida do povo cachoeirense, vínculo de amizade e consolo.
Frei Antônio Jacinto Gomes Junqueira (Frei Toninho), sempre se refere a Paróquia de Nossa Senhora da Consolação como: A Consolação de Cachoeiro. Isto porque sempre existe um Frade que está atender à população necessitada da administração de um Sacramento, sobretudo, da Unção dos Enfermos nos hospitais da cidade ou até mesmo de uma conversa que consola a alma.