Lideranças das duas principais regiões produtoras de café robusta/conilon do mundo estarão lado a lado por 10 dias no Vietnã, maior produtor global do grão. Representando o segundo maior produtor mundial, a missão do Espírito Santo desembarca no país asiático para fortalecer o intercâmbio em busca do aumento da competitividade do Conilon capixaba, principalmente no mercado internacional.
Integram a comitiva capixaba o vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço; o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli; o presidente do Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV), Fabrício Tristão; cafeicultores; e profissionais dos setores de exportação e da indústria do café.

“A revolução tecnológica desenvolvida no Espírito Santo é uma referência mundial em produtividade. É difícil registrar outra região com o desempenho conquistado em solo capixaba. A dedicação dos profissionais do Incaper [Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural] e instituições parceiras colocou nosso Estado como polo de tecnologia em cultivo. Mas precisamos ir além e evoluir em outras áreas para melhorar a competitividade do Conilon. Grandes indústrias chegaram no Espírito Santo para beneficiar o café, gerando maior valor agregado, trabalho e melhor remuneração. Estamos com objetivos claros de adensar a cadeia produtiva para gerar melhores resultados”, destacou o vice-governador Ricardo Ferraço.
O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, também falou sobre a importância da missão. “Trata-se de uma oportunidade para conhecer os processos de produção, industrialização e comercialização de café canéfora de um país que lidera a produção mundial dessa espécie. O Conilon capixaba, nosso canéfora, está presente em mais de 50 mil propriedades do Espírito Santo e compete diretamente no mercado internacional com o Vietnã”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
Os compromissos da missão capixaba serão entre os dias 4 e 14 de março com encontros e visitas a regiões de cultivo, indústrias, parques logísticos para ver de perto como funciona o ecossistema da cafeicultura vietnamita. O convite para a presença dos capixabas partiu do presidente da Associação de Café e Cacau do Vietnã (VICOFA), Nguyen Nam Hai.
Devido aos problemas com o clima, a safra do Vietnã em 2024 foi afetada, registrando queda. Outro desempenho inferior aos anos anteriores foi constatado nas exportações do país. Um dos fatores foi a interferência na logística com a mudança e diminuição de rotas comerciais por conta da instabilidade de segurança ocasionada pelos conflitos no leste europeu e Oriente Médio.
Recorde de exportações e ano histórico para o Espírito Santo
As exportações de café pelos portos do Espírito Santo em 2024 somaram 8.380.636 sacas de café, um volume 1,21% maior que o recorde anterior, registrado no ano de 2002. A principal espécie de café exportada, o café conilon, respondeu por 84% do volume total, equivalente a mais de 7 milhões de sacas.
Outros destaques estão os recordes de preços do café conilon, a entrada do grão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e a equiparação da alíquota do ICMS para o conilon em relação ao café arábica em importantes regiões do País.
A valorização do café conilon levou o preço da saca de 60 quilos a bater R$ 2.000 no início de 2025, mais que o dobro do valor registrado em dezembro de 2023, quando era de R$ 740. Esses números não apenas consolidam o café conilon como um produto de alto valor no mercado, mas também reforçam a importância do Espírito Santo, responsável por cerca de 70% da produção nacional na liderança dessa cultura.