Abril começou e com ele a campanha de prevenção, combate e reabilitação das diversas causas de cegueira, conhecida como Abril Marrom. O mês foi escolhido em celebração ao Dia Nacional do Braille, comemorado no dia oito, e a cor marrom foi selecionada por ser a cor da íris mais comum nos olhos dos brasileiros.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 500 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão. Mas segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), 70% dos casos de cegueira poderiam ser evitados mediante diagnóstico e tratamento precoce.
O médico oftalmologista do Hospital de Olhos Vitória Pedro Trés Vieira Gomes explica que as principais causas de cegueira incluem a catarata, erros refrativos não corrigidos, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e retinopatia diabética.
“Todos esses problemas, se diagnosticados e tratados precocemente, possuem grandes chances de não evoluir para uma perda de visão. Mas para isso, é necessário realizar consultas periódicas ao oftalmologista. Só assim é possível diagnosticar a doença e iniciar o tratamento adequado, evitando a sua progressão”, ressalta o médico.
O CBO aponta que cerca de 7% dos brasileiros nunca fizeram uma consulta com um oftalmologista e 42% não realizam visitas frequentes, buscando o especialista apenas quando notam alguma alteração na visão. “Esse cenário precisa ser mudado. Por isso a importância de compartilhar conhecimentos e conscientizar sobre os benefícios das consultas oftalmológicas regulares neste Abril Marrom”, comenta o especialista.
Prevenção
Segundo o especialista, é importante começar a prevenção desde os primeiros estágios da vida, por meio do teste dos olhinhos realizado no berçário. “Esse exame detecta problemas de visão em bebês, que podem não ser perceptíveis nos primeiros momentos do desenvolvimento”.
O acompanhamento oftalmológico nos primeiros meses deve continuar, com visitas médicas aproximadamente duas vezes por ano. A partir dos dois anos de idade, passa a ser recomendado que as consultas sejam realizadas anualmente. “Mas é importante que os pais estejam atentos a sinais como dificuldades de aprendizado ou dores de cabeça, que podem indicar problemas de visão e a necessidade de uma avaliação oftalmológica”, completa o médico.
Na adolescência e idade adulta, a recomendação é que as consultas continuem uma vez ao ano. “Para pacientes com histórico familiar de problemas visuais, diabetes ou doenças cardíacas, essa frequência pode ser a cada seis meses”, ressalta.
Já na fase idosa, quando os problemas degenerativos são mais comuns, as consultas devem ser mais frequentes. “Podem ocorrer a cada seis meses ou até mesmo a cada três meses, dependendo da situação individual”.
O médico destaca ainda que além das consultas regulares ao oftalmologista, é importante adotar uma dieta saudável e tomar medidas como usar óculos de sol para proteger os olhos dos raios UV e evitar coçar os olhos, a fim de manter a saúde ocular ao longo da vida e reduzir os riscos de cegueira.