Uma das premissas do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) é apoiar empreendimentos estratégicos para o desenvolvimento regional, que possibilitem agregar valor às potencialidades locais. Em Vargem Alta-ES, um dos importantes polos de bananicultura capixaba, o negócio da família Fardin é um desses exemplos de empresas que movimentam a economia local, com a Doces Fardin.
A agroindústria tem como carro-chefe a fabricação do doce tradicional brasileiro, a mariola em forma de tabletes, que faz sucesso de norte a sul do País. A guloseima é a base do portfólio de produtos da empresa capixaba, que tem cerca de 40 produtos à base de banana, outros dez doces feitos de goma com amido de milho, além de goiabada, vendida exclusivamente para o mercado do Rio Grande do Sul.
Romildo Fardin, proprietário da empresa, explicou que a produção de doces surgiu como forma de diversificar a renda familiar, até então focada na agricultura. “O negócio surgiu por necessidade. Eu trabalhava na roça e precisava complementar a renda: resolvi fazer doces. Quando começou, era doce de mamão e beijinho, aquele feito de leite em pó”, relembrou.
Um primo fazia a “ponte” entre a produção em Vargem Alta e o mercado consumidor na Grande Vitória. Após três anos, a família percebeu a viabilidade de transformar a produção de doces em um negócio estruturado e, em 2004, surgia a Doces Fardin. A agroindústria nasceu com foco na fabricação de doces de banana, aliando alto padrão de qualidade e inovação, mas mantendo um toque artesanal na produção.
Há cinco anos, a empresa contou com financiamento do Bandes para capital de giro do empreendimento. Para o diretor de Negócios do banco, Marcos Kneip Navarro, histórias como esta mostram que a instituição tem exercido papel relevante no processo de desenvolvimento do Estado, contribuindo para a formulação e a execução de políticas de fomento dos setores produtivos capixabas.
“A criação de um ambiente de investimento no interior é uma prioridade do banco, respeitando as potencialidades locais e dando condições para que empresas de fora da Grande Vitória tenham crescimento econômico. Assim, o Bandes contribui para a geração de emprego e de renda por todo o território capixaba”, destacou Navarro.
Atualmente, além do mercado capixaba, os produtos da Doces Fardin estão presentes em Minas Gerais, São Paulo, além do mercado gaúcho, onde o doce de goiaba faz sucesso com o paladar local. A empresa também está conquistando espaço nas distribuidoras do Nordeste, entrando no mercado da Bahia e de Sergipe.
A agroindústria é estratégica para a economia da região. Romildo Fardin disse que o fornecimento da banana, principal insumo da produção, aglutina os produtores locais. “Nós temos de 110 a 120 produtores que vendem a banana para a empresa. Damos prioridade à produção da região. Só buscamos bananas de fora daqui se houver uma demanda maior”, ressaltou.
A produção da Doces Fardin gira em trono de 150 a 200 toneladas de doces por mês, empregando 95 funcionários, sendo que cerca de 70% da mão de obra é feminina. O negócio tem pouca sazonalidade de demanda no mercado. Romildo Fardin acrescentou que o momento atual é de retomada da economia, após uma retração devido às medidas de distanciamento social necessárias para o combate à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). “Nossos principais clientes são as distribuidoras de doces que fecharam por um período, mas agora retornaram”, destacou.