Importância da atividade e valorização de pescadores foram pontos abordados em discursos na sessão desta terça-feira
Na data em que é celebrado o Dia de São Pedro, o apóstolo pescador, segundo a tradição católica, parlamentares homenagearam os pescadores em seus pronunciamentos, na sessão ordinária híbrida desta terça-feira (29). O deputado José Esmeraldo (MDB) cobrou melhores condições para a categoria e citou números da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), que apontam que no Espírito Santo existem mais de 16 mil pescadores.
“A cadeia produtiva da pesca no Espírito Santo é um importante segmento socioeconômico, sendo uma das principais atividades da economia em 14 municípios litorâneos capixabas, exercida por 55 comunidades pesqueiras, distribuídas ao longo da costa, ocupando o décimo lugar na escala nacional”, informou o emedebista, que é membro da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa (Ales).
Ainda de acordo com o levantamento citado pelo parlamentar, cerca de 60 mil famílias capixabas vivem direta ou indiretamente da pesca. “A atividade é responsável por 7% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do Espírito Santo, movimentando diretamente R$ 180 milhões ao ano”, disse.
Esmeraldo falou da importância da atividade para a alimentação da população. “Os pescadores são guerreiros que se lançam aos mares e rios pelas madrugadas para colocar o alimento nas mesas dos brasileiros. Por isso parabenizo a todos os pescadores do nosso Estado e do nosso país por este dia tão importante, não só para os pescadores, mas também para todos nós”, explicou.
Tragédia de Mariana
O deputado lembrou o prejuízo causado aos trabalhadores da pesca pelo desastre ambiental de Mariana. “A tragédia de Mariana retirou milhares de pescadores que utilizavam o Rio Doce para poder alimentar as suas famílias. A tragédia de Mariana infelizmente transformou o Rio Doce, um rio que tinha peixe à vontade, bastante peixe de primeira qualidade, como robalo, piau, entre outros, numa transformação péssima para todo aquele povo lutador, trabalhador”, concluiu.
Valorização
A presidente da Comissão de Agricultura, deputada Janete de Sá (PMN), também lembrou a data e falou sobre as dificuldades que os profissionais enfrentam no dia a dia. “É muita gente que está nessa condição adversa, nessa condição de pobreza. Porque quem conhece as famílias dos pescadores pode observar as dificuldades por que as famílias desses trabalhadores da pesca passam. E eles também, ficando muitas vezes 15, 20 dias no mar sem ter um contato com sua família e muitos acabam enveredando para o vício do álcool por conta dessa solidão”, lamentou.
A parlamentar avaliou que falta reconhecimento à categoria. “O pescador precisa ser mais reconhecido, mais valorizado, melhor remunerado e amparado por políticas públicas que realmente amparem esse profissional e seus familiares, lhes dando uma condição melhor de vida, para que eles possam viver com mais oportunidades na sociedade”, finalizou.
Contestação à ciência
Já o deputado Sérgio Majeski (PSB), usou a tribuna do plenário para ressaltar a importância da vacina na história da humanidade. “Quantos de nós fomos salvos e só estamos aqui hoje porque os nossos pais nos levaram pra tomar vacina, todos os tipos de vacina. Do contrário, muitos de nós teríamos problemas de saúde sérios, ou teríamos morrido antes de chegar à fase adulta”, alertou.
O parlamentar lamentou o descrédito por parte das pessoas em relação à imunização. “Agora nós temos que convencer as pessoas de que elas precisam se vacinar. Porque há, não só no Brasil, mas em escala global, um movimento contra vacinas. E aí o leigo, a pessoa que nunca leu um artigo científico, resolve confrontar a ciência com o seu achismo, sem que o pobre coitado entenda que ciência não é uma questão de opinião. Ciência não é aquilo que eu acho ou deixo de achar, é algo que se pesquisa, que se faz teste, que se comprova, que se estuda todas as possibilidades”, salientou.
Majeski convidou os espectadores para uma reflexão profunda sobre a situação e alertou para os cuidados com as informações obtidas na internet. “Você tem cientistas de todos os tipos das redes sociais. Olha que tristes tempos, nós temos que refletir um pouco mais. Nós temos que parar de pensar com o fígado e pensar com o cérebro. E ouvir aqueles que sabem do que estão falando”, concluiu.