Em Anchieta, a Associação Comunitária do Bairro Benevente (ACBB) e a Cesan se runiram, na última segunda-feira (30), para discutir soluções de problemas que afetam toda a população do bairro. O encontro contou com a presença de João Simas, presidente da ACBB, Eraylton Moreschi, presidente da Juntos Ambiental do Espírito Santo, e representantes da empresa de saneamento.
Na ocasião, a Cesan trouxe respostas a demandas apresentadas em uma outra reunião, ocorrida em agosto de 2023. Entre estas, a construção de uma rede de esgoto para oito casas populares em frente à Unipran Anchieta, que foi feita. O local já foi palco de protestos fervorosos, incluindo um episódio em que um morador, em um ato de desespero, jogou esgoto na Secretaria de Infraestrutura de Anchieta e na Câmara Municipal.
Segundo Simas, a falta de água no Benevente foi resolvida, mas o saneamento básico ainda é precário. Por sua vez, a Cesan reconheceu o impacto de suas operações no bairro e citou a necessidade de revisão do plano de saneamento criado pelo Poder Executivo e aprovado pelo Legislativo Municipal.
O bairro não foi incluído no plano atual, gerando falta de recursos e a necessidade da Cesan cumprir prazos. “A ironia é que bairros sem impacto foram priorizados, dobrando a quantidade de esgoto captado e aumentando significativamente o impacto sobre o Benevente, sem nenhuma contrapartida”, disse o presidente da ACBB.
Simas ressaltou a importância do cumprimento das normas estipuladas pelo Conama no tratamento de esgoto e a preservação do Porto do Mandoca, um sítio arqueológico de grande valor histórico por se tratar de um sambaqui (monturo de conchas, restos mortais, ferramentas e demais utensílios acumulados pelos povos pré-históricos). Calcula-se que o sambaqui da região tenha mais de 3 mil anos.
“Eu descobri um cartão postal pintado por Álvaro Conde em 1939, a pedido de Dom Helvécio, bispo de Mariana nascido em Anchieta, que trouxe à tona a relevância cultural do local e a existência do sambaqui, que era explorado para fazer cal. Conseguimos o cadastro do sítio arqueológico junto ao Iphan/ES”, finaliza Simas.
A Cesan se comprometeu a buscar soluções para os problemas apresentados referentes ao Porto do Mandoca e agendou uma nova reunião para o final de fevereiro de 2025, quando haverá outros envolvidos e a busca por parcerias.