O resultado das eleições para governador aqui no Espírito Santo pegou no contrapé muita gente. Eu mesmo acreditava numa vitória em primeiro turno do governador Renato Casagrande (PSB). Surpreendeu-me a baixa votação em importantes colégios eleitorais aqui do sul do estado, tais como Cachoeiro, Marataízes, Itapemirim e Vargem Alta, por exemplo.
Nessas e em outras cidades da região, a eleição foi fortemente influenciada pelo voto casado dos candidatos Jair Bolsonaro (PL) e Carlos Manato (PL), nessa ordem. Ao largo das propostas e da experiência de governança, o eleitor conservador optou por um voto ideológico, motivado pelo acirramento da campanha em nível nacional.
De lá pra cá, o desafio do atual governador passou a ser deslocar o eixo da campanha, ou seja, mostrar que são duas eleições simultâneas, mas díspares em seus propósitos. A bem da verdade, Casagrande teria mais facilidade em conviver com Bolsonaro, numa eventual vitória do presidente, do que Manato com Lula, caso o petista vença.
Um dos pilares para reverter essa situação foi a escalação dos prefeitos para ajudar no convencimento do eleitor. Com muito dinheiro do Estado irrigando suas administrações, os prefeitos estão atendendo ao chamado e literalmente indo às ruas e redes sociais defender o projeto de reeleição. Mostrar o que vem sendo feito pelo Estado e os riscos de um cavalo de pau na gestão estadual têm sido o mantra da quase totalidade dos chefes de executivo sulinos.
Em Marataízes, por exemplo, o prefeito Tininho Batista tão logo reassumiu o posto já botou literalmente o bloco na rua. Fez até lembrar o inesgotável Sérgio Sampaio. A mesma atitude vem sendo seguida à risca pelo vizinho de porta, Dr. Antônio, em Itapemirim, que também escalou seu time para pedir voto para o governador.
Em Presidente Kennedy, Dorlei Fontão tem ido de casa em casa explicar a importância de se reeleger Renato Casagrande. Se tem uma coisa que admiro em Dorlei, é a fidelidade e dedicação com que leva a ferro e fogo seus intentos. Faz campanha diuturna, mesmo sabendo que no seu município Casagrande já largou na frente.
Subindo a serra, no último fim de semana, não fiquei surpreso de ver o prefeito de Vargem Alta, Elieser Rabelo, em plena manhã de sábado, com uma trupe de bandeira na mão e adesivo no peito parando os automóveis e pedindo apoio para o governador. Elieser tem um caminhão de obras importantes sendo tocadas em Vargem Alta, quase todas com a ajuda do Estado.
Por fim, e não à toa deixei para o final, o prefeito de Cachoeiro, Victor Coelho. Aliado de todas as horas do governador, Victor tanto tem pedido voto na rua quanto usado as redes sociais para fazer o convencimento dos cachoeirenses. Eleitor de Bolsonaro (eu acho), assim como Dorlei, tem ficado rouco explicando que as eleições estaduais têm outro perfil. Para ele, trata-se de não mexer em time que está ganhando. E tem meio bilhão de reais em argumentos para isso, basta ver o volume de recursos que o governador tem dirigido a Cachoeiro.
Até!!