*por Arlindo Pinheiro Neto
Meu pequeno Cachoeiro vivo só pensando em ti. Ai que saudades dessa terra entre as serras, doce terra onde me dei por gente. É isso. Sabe aquele dia único, espetacular, mágico em que você se “dá por gente”. Pois é, foi em Cachoeiro de Itapemirim.
Meu saudoso pai, José de Miranda Pinheiro, era gerente do Banco do Brasil e por essa condição tinha direito a residir no prédio do banco, localizado no centro da cidade, à época o edifício mais alto de Cachoeiro. Não existiam outros moradores nos apartamentos. Para mim, era uma espécie de Paraíso. Talvez o próprio. Brincávamos de pique-esconde no prédio inteiro.
A garagem vazia era praticamente um centro olímpico improvisado, mas o top estava no topo. A grande caixa d’água. Por uma passagem estreita entrávamos na “piscina” que abastecia ao edifício inteiro, apartamentos e Banco.
Mato a cobra e mostro o pau. Os meliantes eram o Carlos Ney Brunoro Costa, Aloísio José Medina Zago, Rômulo Lesquives Depolo, Ângelo Gava Paraíba, Aldari Ronald Moreira, Luciano Baptista, Marcelo Giordani e mais um ou dois gaiatos que se encontram foragidos de minha memória.
Como morador e usuário daquela água exigi que ninguém fizesse xixi, sob pena de serem limados da brincadeira. Descobri, posteriormente, que todos fizeram. Todos, inclusive eu. Coisa de moleque mesmo. Afinal…
Na próxima coluna, se meu Editor Chefe permitir, prometo revelar o nome das vítimas, a autoria da ideia de distribuição de limonada purgativa para as colegas de turma no Polivalente Guandu e suas consequências.
Inté, que em mineirês significa inté mesmo.