Está chegando a hora. Foram meses intermináveis de discussões, bate-boca, amizades sendo abaladas, famílias divididas, enfim, uma balbúrdia provocada por uma disputa eleitoral acirrada como nunca. Se bem que nesse caso há controvérsias. Na Rádio Cachoeiro, por exemplo, o ex-prefeito Roberto Valadão lembrou que já foi até pior, nos anos de armas e de chumbo.
Em passado recente, na esteira da impopularidade da ditadura no Brasil, a esquerda nadou de braçada. Governou o país por mais de duas décadas. Nesse período, houve muitos avanços, especialmente na área social. Tivemos também a elaboração de uma nova Constituição, mais cidadã, que deixou lacunas cruciais para serem regulamentadas pelo parlamento. E não foram.
Essa situação abriu terreno para que o Judiciário fosse chamado a arbitrar situações que, em tese, deveriam ter sido tratadas no âmbito do Congresso Nacional. Como não foram, o STF se agigantou, acabou gostando do negócio e ampliou de ofício seus próprios tentáculos. Dessa forma, ultrapassou seguidamente as linhas da própria Carta com posições que se parecem mais com as de torcedor de futebol, não de juízes. Aliás, muitos dos nossos iluministros nunca foram juízes, mas advogados apaniguados de políticos.
Restou ao povo brasileiro uma pátria dividida, uma eleição confusa, grosseira, sem propostas, sem deixar claro para a população o que será da mesma caso esse ou aquele vença o pleito. Meu filho mais velho diria que estamos no sal. Acompanhando o debate de ontem na Globo, cheguei à conclusão que estamos mesmo marinando na salmoura. E sem picanha, como gostaria um dos candidatos.
Quero crer que após o escrutínio viveremos dias melhores, independentemente de quem vencer. Bolsonaro, se vitorioso, poderá ter a oportunidade de realmente governar o país, tendo um Congresso mais afinado com uma agenda conservadora. Lula, por sua vez, poderá dar seguimento a sua pauta progressista, tendo esse mesmo Congresso de contrapeso para impedir a repetição dos malfeitos passados.
Importante para mim é saber que meus filhos terão, enfim, uma luz que os estimulem a permanecer no Brasil, amar sua pátria e trabalhar, na esperança de dias melhores. A democracia é uma luta diária e os verdadeiros resultados muitas vezes não vêm no nosso tempo, mas se oferecem para as gerações futuras. É isso, sinceramente, o que espero desse novo Brasil que nascerá de um parto doloroso, mas necessário.
Como Valadão disse, com sua voz rouca de tanto ouvir, vou apenas votar e torcer, torcer e torcer. Sem armas na mão. A caneta é mais eficiente.
Até!!