A campanha política começou. Mas pretendo me abster desse assunto árduo, em uma época em que defender o óbvio – a democracia – se tornou urgentemente necessário. Vou falar de felicidade, que, para mim, também é um assunto político (embora não partidário), pois ser feliz é, talvez, o maior ato de rebeldia que possamos empreender.
Todos nós, prezada leitora, prezado leitor, eventualmente cometemos erros. Fazemos escolhas ruins. E por causa dessas escolhas ruins, nosso PIB emocional entra em baixa. Também ocorre que escolhas que outros fizeram nos imponham condições de vida muito desfavoráveis. E incomoda que fosse tão evidente que as escolhas dos que nos cercam eram estúpidas para eles e para nós.
E, nessas escolhas, nossas, dos que nos cercam, passamos um tempo tristes. Um ano, dois anos, três anos, quatro anos. Mas chega um momento no qual precisamos levantar a cabeça e buscar SER FELIZ DE NOVO.
Percebo em algumas pessoas um certo medo da felicidade. E um pouco que esse medo se espalhou mais nos últimos tempos. Algumas pessoas parecem ter medo de sorrir, e ter medo dos que sorriem. Preferem armas a flores, gritos a palavras doces, agressões à carinhos. Olham o mundo com olhos carrancudos. Como se fugissem da beleza da vida. Algumas outras, vejo que insistem em culpar a todos ao redor pelo que lhes acontece, como tivessem medo de admitir publicamente suas próprias limitações. A culpa é da guerra, da crise, da oposição, do marido, da esposa, do governador, do filho, do vizinho, do ex, mas essas pessoas nunca assumem sua parcela de responsabilidade nos próprios atos. E quando confrontadas com a vida real, a infelicidade parece lhes tomar por completo.
A vida é dura, é fato. Mas a vida também suas alegrias, suas cores variadas. Escolhemos nosso modo de vida, mas não sabemos de tudo, e, portanto, respeitamos os que preferem viver de forma diferente. E isso nos traz felicidade, já que, como sabe qualquer pai e mãe, não temos controle sobre ninguém, nem mesmo os filhos. Só nos cabe amar e respeitar.
É meu prezado leitor, depois que pisamos na bola, depois que pisaram na bola conosco, arcamos com as consequências. E levantamos a cabeça, seguimos firmes “SEM MEDO DE SER FELIZ”, sob a luz de um céu cheio de estrelas e inspiração. Porque é preciso SER FELIZ DE NOVO. É urgente reencontrarmos a felicidade.
O mundo não vai se tornar um mar de rosas porque resolvemos optar pela felicidade, pelo sorriso ao invés da face carrancuda. Os desafios estão sempre diante de nós. Mas quando a esperança vence o medo, superamos os conflitos, as dificuldades, as tristezas, tudo de forma mais firme, e os resultados aparecem depois de um tempo.
Fazemos escolhas que determinam nosso futuro o tempo todo. Em alguns momentos, essas escolhas são mais urgentes, ficam mais claras diante de nós. Nessas horas, me recordo de uma frase sempre dita por minha mãe: “quem semeia vento colhe tempestade”. E me vejo hoje muito disposto a semear a paz, a compreensão, a tolerância, o respeito, o consenso, o equilíbrio, as palavras doces, o carinho. Quem semeia flores, colhe buquês. Quem semeia armas colhe morte.
É, prezado leitor, leitora, voltemos aos tempos das flores, pois quem sabe faz a hora, não espera acontecer.