No último sábado, foi promovido pela Rede Gazeta o debate eleitoral entre os candidatos a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim. Não sei por que cargas d’água o evento ocorreu em Vitória, longe dos apoiadores dos candidatos, que não puderam fazer suas claques na porta da emissora. Me lembrou aqueles jogos de futebol na pandemia, sem torcida.
Cachoeirense é bairrista. Levar nossos problemas para serem discutidos na capital, na madrugada de um fim de semana, foi covardia com os eleitores. Não faltam locais na cidade para abrigar um evento de tamanha importância. Certamente, eles responderam com a baixa audiência, que já não é grandes coisas neste horário.
As redes sociais vêm substituindo este modelo com muito mais eficácia. Perguntas com um ou dois minutos para resposta não acrescentam muita coisa em termos de expor o conteúdo programático dos candidatos. Colocar um frente ao outro para se degladiarem também não ajuda em nada no entendimento do cidadão. Serve apenas para as tábuas rasas dos “cortes” para Instagran e Tik Toc.
Mas, ainda assim, liguei a TV, por dever de ofício. O que vi e ouvi apenas corroborou com o que já esperava. Um formato com perguntas genéricas, que certamente não caberiam no tempo disponibilizado aos concorrentes. Pior foi ver candidato se enrolando todo, sem o mínimo preparo para discutir o município com coerência e profundidade. Uma lástima.
Todavia, de onde pouco se espera é que nada vem mesmo. No meio do debate, pensei em desligar. É demais para um pobre coração! Mas vamos lá com minhas impressões, acho que devo isso ao leitor que chegou até aqui.
Resumindo: Casteglione (PT) me decepcionou. Experiente, já navegou em águas bem mais agitadas, mas afundou em meio ao nervosismo frente às câmeras. Léo Camargo (PL) foi lá fazer o quê? Lorena (PSB) e Diego (Republicanos) ainda conseguiram uma boia de salvação.
Aliás, Lorena melhorou muito o discurso a partir do momento que assumiu que está defendendo o legado do prefeito Víctor Coelho. Soa mais natural e mais honesto com o eleitorado. Mostrou que se preparou bem para o debate e se sobressaiu depois que superou o nervosismo.
Diego fez mais do mesmo. Se sairia bem melhor em outro formato, como vem fazendo com bons programas eleitorais de rádio e TV. É o suficiente? Acho que não, mas apenas o eleitor poderá dar esta resposta, dia 6 de outubro.
E Ferraço (PP)? Não foi e, se fosse eu, também não iria. Tinha nada a ganhar lá. Viajar para Vitória de noite pra jogar conversa fora de madrugada (foi mais ou menos isso que aconteceu) e ainda correr risco de perder pontos importantes na disputa eleitoral, só se fosse ruim da cabeça ou doente do pé. Do pé, tudo bem. Da cabeça, duvido muito.
Até!