O Teatro Municipal Rubem Braga completa 22 anos na próxima quinta-feira (28). A Prefeitura de Cachoeiro-ES está trabalhando para recuperar esse importante espaço cultural, duramente atingido pela maior enchente da história do município.
A reforma total do teatro foi colocada entre os projetos prioritários da gestão municipal, que já garantiu os recursos financeiros necessários para execução das obras e aquisição de novos equipamentos.
A fase atual do processo de recuperação do espaço é a de elaboração de projetos técnicos, que são dez, ao todo.
Metade deles é feita pela Secretaria Municipal de Obras. São referentes à parte estrutural, arquitetônica, hidráulica, elétrica e de acessibilidade.
Para execução dos demais projetos, que exigem expertise em cenotécnica, iluminação cênica, sonorização, acústica e ambientação, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult) precisou contratar uma empresa especializada, via licitação.
Assim que todos esses projetos ficarem prontos, a Prefeitura poderá lançar o edital para contratação da empresa que executará as obras. A previsão é de que a concorrência pública seja aberta no segundo semestre deste ano.
“O processo para recuperação de um teatro, por si só, é complexo, por demandar projetos muito específicos, que precisam ser feitos por empresa especializada. No nosso caso, a situação é ainda mais crítica, pelos grandes danos provocados pela enchente. Além disso, tivemos de refazer o processo licitatório dos projetos complementares, por não ter tido empresa habilitada”, explica a secretária municipal de Cultura e Turismo, Fernanda Martins.
“Tudo isso nos tomou um tempo muito maior do que gostaríamos. Entendemos a urgência de devolver esse palco fundamental da nossa cidade para o público e para os artistas, e estamos empenhados nisso. Entregaremos um Teatro Rubem Braga muito mais moderno, com melhor estrutura e 100% acessível, que se consolidará como uma referência estadual”, complementa.
Apoio aos artistas
O Teatro Rubem Braga está sem condições de receber espetáculos desde janeiro de 2020. Dois meses depois, em razão da pandemia do coronavírus, tiveram início as restrições dos protocolos sanitários que, dentre outras coisas, impediram a realização de atividades em espaços culturais.
Nesse período em que artistas e produtores culturais estiveram impedidos de desenvolver seus trabalhos, Cachoeiro se destacou com ações emergenciais de apoio à classe. Foi um dos primeiros municípios capixabas a conseguir repassar recursos da Lei Aldir Blanc aos trabalhadores da cultura, e destinou a eles mais de R$ 1,4 milhão.
Também ajudou a gerar renda inserindo os artistas – por meio de chamadas públicas – em ações de conscientização sobre as medidas anticovid e eventos municipais. Para representantes da cultura popular, foram destinados cerca de R$ 200 mil, por meio da Lei Mestre João Inácio, nos dois últimos anos.
Em maio, será realizada a Bienal Rubem Braga 2022, que contará com a participação de vários artistas e agentes culturais da região.
Ainda neste ano, serão investidos R$ 550 mil em projetos contemplados pela Lei Rubem Braga de incentivo à cultura de Cachoeiro.
“Estamos sempre trabalhando pela valorização da produção e dos produtores culturais do município. A cultura de Cachoeiro nunca teve tantos incentivos e investimentos, e ainda há muita coisa por vir”, frisa a secretária Fernanda Martins.
Investimentos em outros espaços culturais
A Prefeitura de Cachoeiro também está trabalhando na revitalização de outros espaços culturais do município.
Um dos principais patrimônios arquitetônicos do município, o Palácio Bernardino Monteiro começou a receber, recentemente, os primeiros serviços de restauração. O prédio centenário será transformado em um novo centro cultural. A reforma é fruto de convênio entre a Prefeitura e o governo estadual. O investimento é de R$ 2.186.493,31 e a previsão para conclusão das intervenções é para 2023.
Também estão em andamento os procedimentos para ampliação e requalificação do entorno da Casa de Cultura Roberto Carlos. Uma área aberta para convivência e contemplação do imóvel em que o artista viveu na infância e a construção de uma Casa do Artesão, nos fundos, estão entre as melhorias previstas. O objetivo é atrair ainda mais turistas para a cidade, além de fomentar a economia criativa.
Nos próximos meses, o Museu Ferroviário Domigos Lage e o Centro Cultural Mestre Salatiel receberão obras de manutenção.