Afastado da função de prefeito municipal de Marataízes, Robertino Batista da Silva (Tininho) deverá ser substituído pelo vice-prefeito Jaiminho no comando do Executivo Municipal na manhã desta quarta-feira (15). Tininho está fora do cargo por determinação judicial.
Um despacho de 16 páginas, assinado pelo desembargador Antonio Ivan Athie, do Tribunal Federal da 2ª Região, às 16h23 do último dia 07 de junho, deu início à uma complexa operação, denominada “Salvação” que culminou com o afastamento do prefeito e dois secretários municipais de Marataízes.
As investigações envolvem supostas práticas de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro relativas à contratação de serviços de ambulâncias, entre os anos 2019 e 2021, para atender ao município. O despacho do Tribunal consta que foram feitas gravações em vídeo por um dos investigados que se sentia coagido.
A operação “Salvação” é um desmembramento da “Operação Resgate”, realizada em 2020, por determinação da Justiça Federal de São Mateus/ES, envolvendo outros municípios da região Sul e do Norte do Estado. Segundo o superintendente da Polícia Federal do Espírito Santo, Eugênio Ricas, “As investigações apontam indícios que os agentes públicos cobravam propina a empresários que prestavam serviços ao município”, explicou.
À imprensa, a Prefeitura informou, através de nota, que que vai proceder com as determinações judiciais. “O processo corre em segredo, portanto, não há maiores informações. Quanto ao prefeito Tininho, vai acionar o seu jurídico para apresentar as suas versões sobre os fatos”, diz parte da nota do município enviada à imprensa (G1).
Entenda o caso:
A Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira (14), a “Operação Salvação”, que investiga supostas solicitações de propina por agentes públicos de Marataízes, no Sul do Espírito Santo.
Os nomes dos agentes públicos investigados não foram divulgados pela PF, mas a Prefeitura de Marataízes informou que foi notificada a afastar o prefeito Tininho Batista (PDT) e os secretários de Saúde, Eraldo Duarte Silva Júnior; e de Obras, Ricardo Pepe Reis.
Durante a operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão na cidade e três ordens judiciais de afastamento temporário das funções públicas, além de sequestro de bens. As buscas foram feitas em dois endereços supostamente do prefeito, nos bairros Cidade Nova e Acapulco; dois do secretário municipal de Saúde, nos bairros Arraias e Cidade Nova; e dois do secretário municipal de Obras, ambos na avenida Rubens Rangel (um deles no local de trabalho).
Os valores das vantagens, de acordo com a PF, variavam entre 5% e 10% do contrato, com possíveis manobras de dissimulação da origem ilícita das propinas.