Espírito Santo está em 4º no ranking brasileiro nessa atividade. Estudo aponta que segmento cresceu 6% ao comparar agosto deste ano com o mesmo mês de 2023
A movimentação do setor de serviços do Espírito Santo tem se destacado entre os estados brasileiros e está acima da média nacional. Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) aponta que o volume de atividades alcançou 114,3 pontos em agosto, enquanto o índice do país ficou em 105,9. Ao comparar o mês com o mesmo período do ano passado, os serviços capixabas cresceram 6%. Esse resultado é maior que o nacional, em que houve aumento de 1,7%.
No ranking brasileiro, o setor de serviços do estado ficou em 4º lugar em agosto, atrás apenas de Tocantins (118,4), Paraná (115,8) e Santa Catarina (115,4). As análises são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com base nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na variação mensal, enquanto o Espírito Santo registrou queda de 0,7%, o Brasil caiu 0,4%. Porém, a coordenadora do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, explica que o desempenho capixaba ainda está em um patamar elevado, com uma trajetória de crescimento no ano. “A posição de destaque do Espírito Santo pode ser resultado da diversificação do setor e da capacidade de adaptação às mudanças econômicas, consolidando-o como uma referência”.
A coordenadora reforça que uma das explicações do bom desempenho é o comércio eletrônico. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o setor de e-commerce deve movimentar mais de R$ 205 bilhões em 2024, um crescimento de 10%.
“O aumento da demanda por serviços logísticos e transporte de mercadorias pode estar ligado ao crescimento das compras on-line. Além disso, a demanda por frete aéreo subiu 80% nos últimos três anos. Isso demonstra o quanto a logística tem sido importante para manter a eficiência e a competitividade das empresas que atuam no comércio eletrônico”, ressaltou Ana Carolina Júlio.
Ao avaliar cada segmento da PMS, verifica-se que o destaque foi o grupo “Outros serviços”, que abrange consultoria, gestão de resíduos, aluguel de bens móveis e reparação de veículos, com crescimento de 21,1% ao comparar agosto deste ano com o mesmo mês de 2023. Outro item que se sobressai é o de transportes – seja de carga ou passageiros –, serviços auxiliares aos transportes e correios, com 16,3% de aumento.
Estabilidade nas vendas do comércio
A variação acumulada nas vendas do comércio capixaba deste ano – até agosto – mostra uma estabilidade do setor em relação a 2023, de acordo com o Connect Fecomércio-ES, que analisou os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo IBGE.
O comércio varejista registrou um volume de vendas acumulado 0,6% inferior em comparação com 2023. Já considerando o comércio ampliado, que engloba veículos, motos, materiais de construção, além de alimentos, bebidas e fumo no atacado, houve um crescimento de 0,9% no período.
Ao analisar o desempenho do comércio capixaba por atividades, 5 dos 8 segmentos de comércio varejista apresentaram aumentos no volume de vendas ao se comparar agosto de 2024 e o mesmo mês de 2023. Os principais destaques foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (22,3%) e o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico (34,9%).
O volume de vendas no segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que foi 3,7% superior ao observado em agosto de 2023, e que registrou um aumento acumulado de 2,3% em 2024, também merece destaque, principalmente pela sua representatividade no varejo capixaba, de acordo com o relatório do Connect Fecomércio-ES.
Em relação ao comércio ampliado, destaca-se o segmento de veículos, motocicletas, partes e peças, com crescimento de 13,1% em relação a agosto de 2023, e um aumento acumulado de 13,9% no ano. “A expansão considerável desse segmento no Espírito Santo segue uma tendência nacional, indicando uma recuperação no setor automotivo após os efeitos da pandemia, época em que consumidores podem ter adiado a compra, de alto valor, devido às incertezas econômicas”, esclareceu Ana Carolina Júlio.