Em grandes festivais, o sucesso da música eletrônica já é esperado. Mas, no Brasil, a batida techno tem alcançado um público diferente, graças ao talento de um jovem DJ capixaba de 26 anos, que já se apresentou em mais de 150 shows no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, e faz sucesso nas redes sociais.
Foi no município de Alegre, no caparaó, durante uma “cristoteca” promovida pela Paróquia Nossa Senhora da Penha, há 10 anos, que João Paulo Novaes Peixoto, mais conhecido como DJ JP da Imaculada apresentou, pela primeira vez, uma série de músicas religiosas remixadas despertando o interesse e a curiosidade de centenas de jovens.
“Venho de uma família religiosa, sempre fui educado dentro da doutrina católica e, mesmo antes de ser DJ, sempre fiz trabalhos missionários, como músico, na minha paróquia (N.S da Penha) e em cidades vizinhas”, explica JP que estudou violão.
Ele conta que começou a trabalhar com música eletrônica como uma promessa, aos 16 anos, quando teve uma infecção após uma cirurgia e acamado. Prometeu que, se saísse daquele estado, se dedicaria a espalhar a palavra de Deus.
“Eu nasci com mielomeningocele, uma má formação na coluna. Muitas crianças que têm essa má formação nascem tetraplégicas. Eu nasci sem deficiência, mas aos 15 anos tive que fazer uma cirurgia na coluna. Depois da cirurgia, tive uma infecção e perdi todos os movimentos do corpo e quase morri”.
JP relata que ficou três meses acamado e, durante seu processo de recuperação, fez uma promessa: “eu conversei com Jesus. Falei que se ele me tirasse daquela situação, eu entregaria minha vida para a evangelização, ia mostrar para as pessoas que vale a pena seguir a palavra. Ser DJ foi uma forma que Deus me deu pra falar dele”, conta.
JP só toca músicas católicas e concorreu, em 2022, ao Troféu Louvemos o Senhor, importante premiação que tem como objetivo homenagear os artistas católicos que evangelizam por meio da música. No repertório, além de Padre Marcelo Rossi, Frei Gilson e Rosa de Saron, outra grande inspiração é o DJ Roony Moura, também do segmento de música eletrônica cristã. JP já remixou dezenas de músicas de cantores católicos, como: Irmã Ana Paula, Jake Trevisan, Thyago Vimercati e o cantor alegrense, Jardel Adorador.
“Então é assim: evangelizar mesmo. Minha missão é essa”, prossegue. “Ir além das fronteiras da nossa diocese, para falar de Deus aos jovens. Eu fico feliz por isso, vê que meu trabalho está chegando ali onde está precisando chegar. E acredito que sim, que evangeliza até aqueles que não são do meio católico.”
E ele faz questão de frisar que é um servo como qualquer outro. “Vivo minha vida como fiel católico com muita dedicação, vou sempre a missa. Tudo que faço não por mim, é para honra e glória de Deus”, explica.
Cristoteca
As “cristotecas” ou “baladas santas” são festas de música eletrônica onde o “electro house” se mistura com a catequese. Os eventos proporcionam um poderoso instrumento para levar a mensagem da Bíblia aos mais jovens, uma vez que estes se divertem longe das tentações do pecado.
“Sabemos que a música tem um poder muito grande de penetrar o coração e quando essa música tem como objetivo anunciar uma boa notícia, que é a Palavra de Deus, não resta dúvida de que será eficaz na vida do jovem”, disse JP.
Fonte: Diocese de Cachoeiro