Caminho por Cachoeiro ao encontro da eternidade e descubro que ela é passageira. Sigo por ruas quentes, garimpando o tempo. Um segundo, um minuto, uma hora e um dia, duram suas eternidades. Hoje, sem pressa, contemplo o quanto durou minha eternidade aqui.
Almoço no centro da cidade, mudo de posição na mesa e fico de frente para ver a cidade passar. Pernas apressadas, tristes, alegres e cansadas, vão ao encontro do eterno dia passageiro. Começo e fim são vizinhos próximos.
Vejo uma infantil eternidade passar, chorando no colo. Quer ser amamentada e aconchegada no regaço acolhedor da mãe. Fugir do calor infernal, descansar à sombra de uma marquise e beber o paraíso materno.
Carros transportados e desatentos passam apressados, dirigidos até o derradeiro ponto final. Nenê Doido, morador antigo da cidade, falou que o futuro é logo alí, e o piso quente das calçadas passa apressado por debaixo dos pés. Nostálgicos moradores de Cachoeiro, confidenciaram saudades da cidade. Já os novos, não alojados, parecem não morar aqui.