A arte, com permissão e autoridade, expulsa e santifica nossos demônios. Ela é a mão segura e sóbria que afaga e guia nossos passos na escuridão.
Nos dias sem sentido, sensível, recosta nosso cansaço quando à procuramos sem achar. Disfarçadas de espantalhos, pessoas sem causar espanto, assombro ou surpresas, absolutamente normais, diariamente enviam mensagens repetitivas que não confortam e não socorrem ninguém.
Despejam postagens sem letras, palavras, frases e vocabulário. Pontualmente, batem o cartão, abrem às torneiras e derramam chuva ácida e torrencial. Mas sem molhar, fertilizar e fecundar, o solo, ressequido, continua sedento e pobre. Sem poesia, a primavera não tem cor.
Calada, desrespeitada, sem afeto e fertilidade, não floresce e não perfuma. A palavra triste, muda, envergonhada e sem dizer nada, cabisbaixa, vai embora, incompreendida e sem função.