A vida social, presunçosa e fútil tem as rédeas nas mãos. Grudado na garupa, cavalgo por suas estradas sinuosas. Dona da banca dá as cartas, me obrigando a jogar. Me tira para dançar quando toca a música, conforme o seu ritmo. Por ser desobediente e teimoso, em represália, me joga ao ringue.
Mesmo sabendo que serei derrotado, de cabeça erguida, ando selvagem e desgovernado com os pés fora dos trilhos que foram retirados e não existem mais. Cachoeirense por natureza e teimosia, contrario seus quereres e não deixo meu “animal ser gente”.
Mesmo sabendo que é imbatível, com postura vitoriosa, não jogo a toalha e luto por mim. Sem mais escutar o apito vigilante do trem, abençoados por São Pedro e às margens do Rio Itapemirim, ergo a espada e sigo os passos corajosos e marginalizados de Neném Doido, gritando por independência.
Cachoeirenses presentes, viveremos até o dia derradeiro, lutando por identidade! Sem nocaute e sentimentos de derrota, exaurido e machucado, perderei por pontos. Vitorioso e recompensado, sem puxar o chiado do “s” carioca, mesmo sem ter nascido no mês de junho, sou de Cachoeiro de Itapemirim.









