Deitado sem ir, por entre paredes conselheiras, busco o lugar comum. Aconselhado a ficar, menino curioso, teimoso e desobediente, boto os pés do lado de fora e vou.
Lá no meio de todos, sem nada achar, volto perdido, zombando e rindo de mim. Me recluso em liberdade no lugar comum, pisando e fazendo arte no começo do caminhar. Me desenho com o pincel estagiário na mão direita, caminhando inocente, banhado pela lua companheira.
Sem saber onde vou chegar, pinto o vento nordeste apressado, soprando minhas costas andarilhas. Abraçado com a desatenta meninice, sem nada para vigiar, desenho o canto atento, vigilante e misterioso da coruja buraqueira.
Com passos peregrinos, piso pintando minha tela sem pegadas, chegadas e paradeiros. Cansado, andarilho de mim, deito aconchegado no colo amigo do meu pai.
Pelas estradas sonhadoras e questionadas, borro meu auto-retrato: – O inconformado viajante dos pensamentos acelerados. No lugar comum, repouso acariciado pela mão amiga e companheira. Desacelerado de mim, descanso meu viver cansado e adormeço, feliz e preguiçoso.