Era uma quarta feira de cinzas…Cachoeiro, assim como quase todo lugar, um deserto só. Desci ao centro da cidade em busca de um remédio, pois ainda não me acostumei a pedir pro motoboy entregar. Ela (uma senhora) vinha meio trôpega, com uma bengala, e cantarolava uma marchinha de outrora… bastante outrora.
Era algo assim como ter mais de mil palhaços no salão, muito brilho e alegria. Quase trombou comigo…perguntou se eu tinha um cigarro que infelizmente (ou felizmente), depende do ponto de vista, eu não tinha.
Então pude observar que ela já tinha uma certa idade e um resquício de orgulho de sobreviver às peripécias da vida sem esquecer os bons momentos vividos. Pensei que Cachoeiro tem dessas coisas, como já dizia Florisbelo Neves (que me perdoe se não dizia). Quase me juntei ao bloco de cinzas e cantar junto: Quanto brilho, ó quanta alegria, mais de mil palhaços no salão, o arlequim está chorando pelo amor da colombina, no meio da multidão…..