Elas me olham, mergulham em mim e me veem como sou. Entre eu e elas não há segredos e reservas. Despojado, tiro as vestes e me rendo aos apelos. Por elas e sendo delas, de mãos dadas, passeamos por dias e madrugadas.
Me assumem sem receios, publicamente e sarcásticas escrevem nas minhas páginas das redes sociais: – Em um relacionamento sério. Assumido, comprometido e cúmplice, escrevo verdades e felizes mentiras sobre nós. Relatando erros e acertos, sem apegos, assim me condeno a viver.
A realidade preta e branca dos dias me afronta com desaforos. Amparado pelas palavras companheiras, sem pudor, confesso com liberdade minhas misérias. Absolvido e sem o julgo pesado, sigo vivendo e errando novamente. Essa vida compartilhada com as palavras, interage silenciosa e solidária, me alimentando e me sustentando.
Talvez, para outras pessoas, basta o dedilhar no violão, um toque na tecla do piano, um berimbau cantador ou um livro sonhador para nortear seus destinos e vocações. Assegurados dos sonhos, a arte mostra o caminho e a direção. Aí, buscamos o que desejamos.
Comigo foi assim: As palavras companheiras vieram ao meu encontro. Encontrado, sem querer saber onde me levarão, moramos juntos e comprometidos num relacionamento sério.