Hoje, o canto é de prazer. Dedos suaves e atrevidos acariciam a corda saliente e gemida do violão. Olhos virados, dançamos embriagados e encharcados de suor. Febris, no salão do amor, bailamos cantando notas músicais.
Assim, sem olhar o tempo e querer despertar, com rostos colados, adentramos pela noite aquecida. Pernas roçadas, precisas e ritmadas, como balizas, nos levam ao céu.
Nesse fogo cruzado, queimado, ardido, da soberana paixão, morrer é nossa sina. Mortos, suados, felizes e abraçados, gratos, gozamos o tempo derradeiro. Assim, com almas alvejadas, puras e redimidas, somos acolhidos no céu.
Na porta, São Pedro, com às chaves nas mãos, me reconhecendo de Cachoeiro, fala: – Podem entrar, sejam bem-vindos.
Entramos. Agradeci a acolhida e falei: – Neném Doido, Agulha, Maria Gasolina e a turma toda, mandaram um abração. – Muito obrigado. Agradeceu. – Saudade dos amigos de Cachoeiro. Comentou. – Eles também estão com saudade. Apareça na próxima festa. A cidade está precisando. Incentivei.