Sem experiência, apreensivo por viver, a arte, com delicadeza e respeito, carinhosamente me alimenta e conduz. Atraído a sair daqui, com ela, vou para lá, dispensando maus-tratos e mau gosto.
Emocionado, instalado e aconchegado, penso: aqui, a vida é valorizada. Sem a arte, descoberto, sinto frio, sede e fome. A magia da música, dos livros, palhaços, touradas na roça, artistas de rua, cinema, teatro, capoeiristas e etc, enfeitam e divertem mundos diversos, com sabores e paladares distintos.
Desatentas e enquadradas, pessoas são levadas sem liberdade, pelos dias contados.
Sem ver, ouvir, tocar, comer e cheirar, fazem compras, atravessam na faixa e andam na mão, contempladas por carros, prédios, lojas e boletos. As crianças passeiam adestradas, poluídas e arrastadas pelas mães sorridentes. Sem os sentidos, dias envelhecem contados.