Sogras são com bastante frequência vítimas de piadas por parte dos genros e amigos desses. Não faço parte desse grupo, pois a minha sogra é como uma segunda mãe…só faltaram as surras. Dia desses ela foi a Aparecida, acho que pagar uma promessa. Me pediu que tomasse conta da casa dela na praia, pois tem muitas plantas e criações que carecem de cuidados e não podem ficar abandonados. Deixou as instruções sobre tudo, desde a irrigação das plantas até as medidas de milho ou ração que diariamente deveria dar às galinhas e pintos.
Foi aí que começaram meus problemas, pois uma bendita de uma galinha não saia do ninho. E o pior é que eram duas no mesmo ninho. Liguei pra minha sogra querendo saber o que fazer. Ela me disse pra expulsar uma delas do ninho e deixar a que estivesse mais choca. Fiz o que mandou sem muita certeza, pois ainda não existe tecnologia para descobrir o nível do choco em uma galinha.
Na manhã do domingo, ainda bem cedinho, saí pra dar comida pros bichos. Além das duas galinhas, também tinha um pinto no ninho. Sempre pensei que os bichos geravam meia dúzia de uma vez, mas essas geraram apenas um, e uma das duas era a mãe do pinto. Eu tinha que separar, mas como descobrir qual era a mãe do pinto?
Além disso, não sabia se tirava o pinto ou deixava o pinto, se tirava uma mãe ou deixava as duas mães, já que haviam mais ovos debaixo delas. Lembrei do rei Salomão lá da Bíblia e resolvi o problema…
Tirei o pinto e ameacei cortá-lo ao meio e dar um pedaço pra cada mãe, mesmo que me causasse muita dor, pois não achava isso certo. Dito e feito, foi só tirar o pinto e ameaçar cortar e as duas começaram a gritar, se é que galinha grita. Uma delas avançou em mim dando bicadas.
Pronto…descobri qual era a mãe do pinto, tirei a outra do ninho e prendi em separado, deixando o pinto que causou tanto problema junto à sua mãe, que, pelo jeito, estava providenciando companhia para ele.