O deputado Dr. Bruno Resende (União) fez um alerta na sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, na tarde de ontem, terça-feira (13), sobre o aumento da incidência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) no país, atingindo não apenas adultos, mas também pessoas jovens.
Ao repercutir reportagem veiculada na mídia capixaba sobre o assunto, o parlamentar – que preside a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Ales) – disse que a cada cinco minutos é registrado um caso de AVC entre os brasileiros.
Resende pediu ao Governo do Estado mais atenção à indicação apresentada pelo mandato dele que sugeriu a construção de uma unidade especializada em AVC no norte do Estado, região desprovida desse tipo de atendimento.
Ele explicou que essa providência é indispensável já que o socorro às vítimas de AVC só surte efeito positivo se o atendimento for feito numa faixa entre quatro horas e meia a seis horas após o início do coágulo no cérebro.
Linhares
Conforme enfatizou, se demorar mais tempo pode haver sequelas muito graves e o AVC pode até mesmo levar à morte. Dessa forma, pontuou que o centro de referência nesse tipo de tratamento, indicado para ser construído em Linhares, poderá salvar muitas vidas.
Médico oncologista, o parlamentar afirmou que diante da falta de atendimento especializado, muitas vítimas de AVC no norte capixaba estão buscando ajuda na Bahia, estado vizinho.
Novos tratamentos
Em outro ponto de seu pronunciamento destacou que há algum alento no “triste cenário” de crescimento dos casos de AVC no país, já que novos tratamentos, como a trombólise intravenosa e a trombectomia mecânica, têm se revelado eficazes na recuperação dos pacientes.
“A trombólise intravenosa já é ofertada pelo SUS e tudo indica que logo estará disponível também para o público a trombectomia mecânica”, salientou.
Considerada mais avançada que a trombólise intravenosa, a trombectomia mecânica consiste na desobstrução da artéria cerebral realizada por um cateter que leva um dispositivo endovascular, um stent ou um sistema de aspiração, para remover o coágulo do vaso sanguíneo do cérebro.
Estudos mostraram que, com o procedimento, a taxa de recanalização na oclusão de grandes vasos chega a 77%, mais eficiente que o tratamento convencional de trombólise intravenosa, com 30%.
Além disso, a trombectomia mecânica traz melhora a qualidade de vida do paciente, aumentando a sua capacidade funcional (cognitiva e motora), dando maior independência no pós-AVC.
Já a trombólise intravenosa constitui a terapia de escolha naqueles pacientes que preencham os critérios de inclusão e não apresentem contraindicação ao seu emprego.
Entretanto, por limitações tanto do reconhecimento dos sintomas de um AVC, quanto pelas limitações de transporte rápido e eficaz até as emergências, muitos pacientes são excluídos desse tipo de procedimento.