A mãe do Emanuel, Samia e Davi, Sonia Damasceno – 53 anos, natural de Manhuaçu/MG, residente em Praia Grande, Fundão, é candidata a deputada estadual no Espírito Santo. Ela nasceu em uma família humilde e traz com ela os ensinamentos que aprendeu com os seus pais agricultores: seu Tião e dona Cleusa. Sua trajetória é marcada pelo envolvimento e a busca de soluções para temas sociais que envolvem a comunidade.
Sonia foi eleita secretária Estadual do seguimento de mulheres do PSB com unanimidade de votos, na última eleição.
A reportagem foi em busca de informações sobre esta mulher empoderada que se lança a uma vaga na Assembleia Legislativa do ES. Ela já coordenou a Feira dos Municípios da GranExpoES, promoveu o fortalecimento da agricultura no Estado por meio da participação dos municípios. Foi Secretária de Turismo de Fundão, voluntária como secretária estadual da Cufa.- Central Única das Favelas. Iniciou o projeto Praia Grande em Ação em parceria com a Cufa, beneficiando mais de 400 pessoas.
Sonia também foi coordenadora Estadual do Artesanato Capixaba da Aderes e depois passou a gerente estadual do artesanato capixaba. Foi gerente de Cultura de Aracruz e assessora especial da vice-governadora Jacqueline Moraes.
Sempre antenada com a política, Sonia colaborou ativamente para a criação de várias associações, entre elas, a Associação Mãos e Artes Capixaba (Amacap) e a Associação Cuidar do Espírito Santo (Acurae) composta por mães e familiares de crianças portadoras de transtornos, como TDHe TOD e Dislexia.
“Ao longo da minha vida, trago comigo alguns ensinamentos que aprendi com os meus pais, a valorização das pessoas e a simplicidade são algumas delas. E assim eu cresci, construí minha família, estudei e trabalhei. Sempre pensando em formas de melhorar a vida das pessoas, onde eu estava inserida. Sempre buscando soluções para temas sociais que envolvem a comunidade, que mexem com o dia a dia de todos”.
E agora como candidata a deputada estadual não é diferente, segundo Sonia. “O que me fez topar esse desafio foram minhas vivências como mãe atípica, que ve de perto o que essas mulheres passam, o quanto sofrem com a falta de políticas públicas adequadas, falta de médicos, de acolhida, falta de escolas com profissionais capazes de receber essas crianças”.
Outro olhar de Sonia são as centenas de mulheres artesãs e empreendedoras espalhadas por todos os municípios do Estado, que na maioria das vezes, não têm para quem vender. Produzem dentro de casa, enquanto ficam com os filhos, cuidam da família, tem talento, fazem peças lindas e não conseguem muitas vezes comercializar os seus produtos.
“Precisamos pensar e ter em mente que quem faz política pública para mulher, são mulheres. Só outra mulher sabe os desafios que enfrentamos e consegue entender de verdade o que vivemos. Só uma mulher tem propriedade para defender ideias e projetos que vão ao encontro de nossas necessidades. Só nós mulheres sabemos a dor que é buscar um postinho de saúde para atendimento a um filho especial e não ter médico especialista. Só uma mãe sabe o que é ouvir piadinhas dizendo que seu filho é mal-educado quando na verdade ele sofre de algum transtorno, mas a sociedade não sabe, falta informação”, assegura Sonia.
Na suas vivências e defesa de políticas para mulheres, Sonia Damasceno afirma que somente mulheres entendem as necessidades de quem cuida de um idoso acamado, porque em quase 100% dos casos é uma filha, uma nora ou uma esposa que cuida, quase sempre com muitas limitações e falta de estrutura adequada para acolher esse idoso.
“Só uma mãe sabe e sente na pele a dor de ter um filho jovem encarcerado e ouvir que ela não soube educar, não deu limites, quando na verdade faltaram oportunidades de trabalho, lazer e escola em tempo integral para acolher e tirar esse jovem das ruas enquanto essa mãe estava trabalhando para ajudar no sustento da família, quando não era ela a única que colocava comida em casa.
Não estou aqui tirando a responsabilidade dos pais, mas nós sabemos que o nosso país é machista e as responsabilidades com a família caem sempre nas mãos das mulheres. Quero e vou legislar para todos, mas o meu olhar será voltado para as mulheres”.
A candidata que tem um filho TDH quer defender políticas públicas que transformem as realidades, ações que incluam as crianças com deficiências, que deem voz as famílias dessas crianças, que impulsionem o empreendedorismo feminino, que forme e capacite mulheres, “que tire os nossos jovens das ruas e ofereçam oportunidades”.
PROPOSTAS:
- Criação de proposta de projeto lei que promova e inclua as crianças com deficiências.
- Criação de proposta de projeto lei para capacitação de professores e cuidadores para o diagnóstico precoce dos portadores de transtornos como o como TDAH, TOD dislexia.
- Criação de proposta de projeto lei que dê voz as famílias de crianças com deficiências.
- Criação de proposta de projeto lei que promova a criação de polos de comercialização nos municípios, como pequenas casas culturais ou mercados;
- Criação de proposta de projeto lei que estabeleça a política municipal de empreendedorismo, projeto Jovens Empreendedores, Primeiros Passos.
- Criação de proposta de projeto lei que promova a educação empreendedora nas escolas do Estado.